O milionário norte-americano George Soros classificou hoje o Presidente da China, Xi Jinping, como o inimigo "mais perigoso" das sociedades abertas, face aos avanços do regime chinês na utilização da tecnologia como instrumento repressivo.
Num discurso proferido durante o Fórum Económico Mundial, em Davos, Soros lembrou que, apesar de a China não ser o único regime autoritário do mundo, é o "mais rico, poderoso e tecnologicamente avançado".
Soros referiu o sistema de crédito social que está a ser desenvolvido pela China e que atribui pontos a cada cidadão segundo o seu comportamento, situação financeira, desempenho profissional ou académico.
O sistema suscitou críticas por se temer que resulte numa evasão de privacidade e em descriminação, ao impedir pessoas com baixa pontuação de acederem a melhores empregos e universidades ou migrarem para cidades mais prósperas.
Soros considerou que, quando se tornar operacional, "dará a Xi controlo total sobre o povo".
O investidor, de 88 anos, cuja fortuna foi feita em apostas em fundos especulativos, incluindo a mais famosa contra a libra esterlina, no início dos anos 1990, costuma usar as suas aparições em Davos para alertar sobre os perigos para a ordem mundial democrática baseada em regras.
No ano passado, criticou as plataformas tecnológicas, o que levou a rede social Facebook a questionar se ele estava a apostar contra o seu valor em bolsa.
Na noite de quinta-feira, Soros detalhou que o seu objetivo era chamar a atenção para a ameaça chinesa.
Fonte: Notícias ao minuto