Contra o levantamento das restrições no Reino Unido, os especialistas recomendam prudência e avisam que uma nova variante da Covid-19 pode ser mais mortal que a Ómicron.
Mais perigosa, com mais mortes e mais doentes em estado grave. Os especialistas que têm orientado o governo britânico em relação à pandemia avisam que um nova variante da Covid-19 poderá ter efeitos mais graves que a Ómicron e insistem que não há evidências suficientes para acabar com as restrições no Reino Unido.
Membro do painel da Organização Mundial da Saúde dedicado à Covid-19, David Nabarro atira o fim da pandemia para um futuro indeterminado e diz que todo o cuidado é pouco. “Haverá mais variantes depois da Ómicron e, se forem mais transmissíveis, dominarão. Além disso, podem causar diferentes padrões de doença, ou por outras palavras, podem tornar-se mais letais ou ter consequências mais a longo prazo”, alerta o especialista que não vê qualquer vantagem no fim das distâncias de segurança, períodos de isolamento e máscaras faciais.
Preocupados com a ideia generalizada de que as variantes da Covid-19 tendem a ser mais leves, os cientistas britânicos juntam-se em coro para pedir responsabilidade aos líderes políticos. “A variante Omicron não veio da variante Delta. Veio de uma parte completamente diferente da árvore genealógica do vírus. E como não sabemos de onde virá na árvore genealógica do vírus uma nova variante, não podemos saber o quão patogénica ela pode ser. Poderia ser menos patogénica, mas poderia, com a mesma facilidade, ser mais patogénica”, resume Mark Woolhouse, professor da Universidade de Edimburgo, citado pelo The Guardian.
Fonte: Observador