A Cabnave, o único estaleiro naval de Cabo Verde e detido pelo Estado, reduziu os prejuízos em cerca de 80 % em 2022, para 1,2 milhões de escudos. No entanto, o mesmo continua com as contas no ‘vermelho’, de acordo com dados oficiais.
De acordo com o relatório financeiro de 2022, aqueles estaleiros, que operam há 40 anos na ilha de São Vicente e que Governo pretende privatizar, tinham registado em 2021 prejuízos de 6,1 milhões de escudos e viram o volume de dívidas aos fornecedores aumentar, igualmente, de 38,3 milhões de escudos para mais de 51,8 milhões de escudos num ano.
As receitas da Cabnave cresceram quase 8 % no ano passado, face a 2021, para 341,4 milhões de escudos, essencialmente na reparação de navios cabo-verdianos e estrangeiros. Ainda assim, aqueles estaleiros repararam no total 60 navios, sendo 40 de pesca e três cargueiros, entre outros, em todo o ano passado, menos dois face a 2021.
Acrescenta-se que além de Cabo Verde (19 navios), os armadores que mais procuraram os serviços da Cabnave em 2022 foram os provenientes da China (20) e de Espanha (16).
A CV Interilhas, concessionária dos transportes marítimos de passageiros e carga, liderada pelo grupo português ETE, foi o principal cliente da Cabnave em 2022, com um valor faturado de 115,7 milhões de escudos, referente a seis reparações em navios.
A Cabnave contava no final de 2022 com 151 trabalhadores e um capital social de 245 milhões de escudos, sendo 98,9 % detido pelo Estado cabo-verdiano, estando os restantes 1,11 % nas mãos de privados. Na vertente financeira, o relatório da administração alerta para uma “relevante preocupação” que resulta da “observação do nível bastante baixo a que chegou o valor dos ativos não correntes”, ao cair para 28,1 milhões de escudos, refletindo a “perda de valor do património e a ausência dos necessários e urgentes investimentos no estaleiro”.
A administração escreve igualmente que a solvabilidade da Cabnave “continua baixa”, situando-se em 0,9.
O Governo cabo-verdiano afirmou no início de 2019 que estava à procura de privados com capacidade para investir até 12 milhões de euros naquele que é o único estaleiro naval do País.
Fonte: inforpress // Ad: Redação Tiver