Uma análise independente pedida pelas Nações Unidas, e liderada por Catherine Colonna, antiga ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, revelou que Israel ainda não forneceu quaisquer provas de que “um número significativo de funcionários da UNRWA são membros de organizações terroristas”, como têm defendido as autoridades israelitas.
O relatório concluiu também que a neutralidade da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, deve ser reforçada: apesar de a UNRWA ter adotado um “quadro sólido” em 2017 para resolver problemas de neutralidade, os problemas persistem, segundo o documento.
Catherine Colonna afirmou na segunda-feira que Israel não manifestou qualquer preocupação em relação às pessoas incluídas na lista de funcionários da UNRWA nos territórios palestinianos desde 2011.
“Partilhar regularmente a lista de funcionários, digitalizada com alguns detalhes dos funcionários, com os países de acolhimento e com Israel. Funciona bem em alguns países, menos com Israel. Nos últimos anos, poderia ter sido melhor. Mas, nos últimos tempos, isto é afetado, naturalmente, pela atmosfera global”, explicou Colonna, citada pelas agências internacionais.
No relatório de 48 páginas pode ler-se que a UNRWA tem procedimentos “robustos” para defender o princípio de neutralidade da ONU e que a agência partilha regularmente listas dos seus funcionários com os países de acolhimento, incluindo cerca de 13.000 funcionários que trabalham em Gaza.
A análise foi efetuada depois de Israel ter afirmado que uma dúzia de funcionários da UNRWA tinha participado no ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro. A acusação levou cerca de 15 países a cortarem o financiamento da agência, criando inúmeros desafios humanitários para os 2,3 milhões de pessoas em Gaza, que lutam diariamente para ter acesso a alimentos, água e abrigo.
Fonte: Euronews