O fundo que agiliza a troca de dívida de Cabo Verde a Portugal vai incidir na água, saneamento e energia, podendo crescer até aos 140 milhões de euros. A informação foi avançada pelo director nacional do Planeamento do país africano.
Cabo Verde e São Tomé e Príncipe assinaram com Portugal um acordo para que parte da dívida destes países seja canalizada para um fundo de investimento climático, num modelo em que os pagamentos a Portugal são devolvidos a estes países desde que sejam aplicados em investimentos verdes e de adaptação e mitigação das alterações climáticas.
O projeto governamental que cria o Fundo Climático Ambiental já seguiu para o Parlamento de Cabo Verde e deverá ser aprovado “nas próximas semanas”, afirmou, Gelson Pina apontando que o objetivo é que este montante seja aplicado pelo Fundo até final do próximo ano.
A água dessalinizada e a energia solar são duas áreas prioritárias para Cabo Verde, sendo que o projeto pretende “usar a energia solar para produzir águas dessalinizadas, numa primeira fase em Santiago, mas o projeto maior abarca todo o arquipélago”, concluiu.
Portugal acordou com Cabo Verde e São Tomé e Príncipe um alívio com troca da dívida bilateral por investimentos climáticos no mesmo valor, sendo que o acordo assinado com Cabo Verde prevê 12 milhões de euros e o de São Tomé e Príncipe é de 3,5 milhões de euros.
A ideia, que admite alargar a outros países lusófonos em África, é constituir um fundo internacional, no caso de Cabo Verde, e nacional, no caso de São Tomé e Príncipe, para onde Portugal canalizará o valor que é pago pelos dois países, um procedimento obrigatório para não haver um perdão nem uma reestruturação da dívida, do ponto de vista financeiro.
Fonte: Expresso das Ilhas // Ad: Redação Tiver