Vários milhares de pessoas reuniram-se na Praça da Independência de Kiev no domingo para assinalar o segundo aniversário de uma explosão que matou mais de 50 ucranianos detidos pela Rússia na prisão de Olenivka, em Donetsk. O ataque também deixou dezenas de feridos.
Os participantes na homenagem pediram ao governo ucraniano para fazer mais esforços para libertar soldados em troca de prisioneiros.
A explosão de Olenivka foi até agora um dos momentos mais marcantes da invasão da Ucrânia pela Rússia, segundo muitos soldados.
“Eu estava lá em Olenivka. Fui abalado pela explosão”, disse o sargento Kyrylo Masalitin, que foi libertado posteriormente. “Nunca antes me senti tão impotente. E aqueles que ainda estão detidos sentem essa vulnerabilidade todos os dias. Eles precisam de saber que fizemos tudo o que podíamos para libertá-los”.
Enquanto Masalitin discursava no evento, mais de 300 soldados da brigada Azov da Ucrânia estavam atrás dele em formação para homenagear os soldados mortos.
A Rússia alegou que a explosão de Olenivka foi causada um míssil disparado por Kiev, mas investigações posteriores atribuíram a responsabilidade a Moscovo.
Foi o caso de uma análise interna das Nações Unidas, apesar de a organização não chegar a acusar a Rússia publicamente.
Um trabalho da agência Associated Press também pontou no mesmo sentido. A agência entrevistou mais de uma dúzia de pessoas com conhecimento direto dos detalhes do ataque, incluindo sobreviventes, investigadores e famílias dos mortos e desaparecidos.
Dois anos após a explosão, os ucranianos que se manifestaram no domingo disserem querer ainda saber o que aconteceu exatamente.
Neste protesto também se ouviram vozes a favor libertação de combatentes ucranianos que defenderam as siderúrgicas e foram presos após a Rússia tomar Mariupol.
O evento no centro de Kiev reuniu muitas famílias, incluindo mães, mulheres e filhos de soldados que foram mortos em Olenivka ou estão atualmente presos pela Rússia. Pelo menos 900 soldados da brigada Azov são mantidos como prisioneiros de guerra pela Rússia.
Fonte: Euronews