Milhares de pessoas manifestaram-se nas ruas de várias cidades venezuelanas na segunda-feira, depois de Nicolás Maduro ter sido formalmente declarado o vencedor das eleições presidenciais de domingo – com a oposição a acusá-lo de ter cometido fraude.
Na capital Caracas, a polícia recorreu a gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes. Houve quem descesse as ruas a bater em tachos e, segundo a PROVEA, uma organização de direitos humanos venezuelana, grupos armados pró-Maduro dispararam contra manifestantes pacíficos que desciam a Avenida Urdaneta, revela a CNN. Nicolás Maduro revelou ainda que houve “dezenas de detenções” por ações “criminosas e terroristas”, responsabilizando a oposição.
Segundo o El Mundo, pelo menos sete pessoas foram mortas desde o início dos protestos. O diário espanhol cita fontes independentes que confirmam a morte violenta de sete jovens às mãos de forças revolucionárias e paramilitares chavistas. Várias estátuas de Hugo Chávez foram derrubadas durante as manifestações contra a reeleição de Maduro.
A par dos protestos, o candidato da oposição nas presidenciais, Edmundo González, anunciou que a sua campanha tem as provas necessárias para mostrar que venceu a eleição. González e a líder da oposição, Maria Corina machado, garantem que tiveram acesso a 70% dos boletins de voto e que González tinha mais do dobro dos votos de Maduro.
“Falo-vos com a calma da verdade”, disse González aos apoiantes que o aplaudiram no exterior da sede de campanha. “Temos nas nossas mãos as folhas de contagem que demonstram a nossa vitória categórica e matematicamente irreversível”, disse o candidato da oposição, citado pela AP.
González falava depois de o Conselho Nacional Eleitoral, que é leal ao Partido Socialista Unido da Venezuela, o partido no poder de Maduro, o ter declarado oficialmente vencedor, dando-lhe o seu terceiro mandato de seis anos.
Fonte: Euronews