CINCO EM CADA 100 TRABALHADORAS DE SEXO ESTÃO INFECTADAS COM HIV/SIDA EM CV

O Inquérito Biocomportamental sobre o VIH/Sida realizado pelo Comité de Coordenação de Combate à SIDA (CCSSIDA) indicou que cinco em cada 100 trabalhadoras de sexo estão infectadas com o vírus, uma prevalência de 4,9%.

À Inforpress, a secretária executiva do CCSSIDA, Celina Ferreira, revelou que no estudo escolheram uma amostra de 450 no universo de três mil trabalhadoras de sexo das grandes cidades como Praia, Mindelo, Santa Maria do Sal, Santa Catarina, Santa Cruz e da ilha do Boa Vista.

O inquérito demonstrou que 59% já tiveram uma infecção sexualmente transmissível nos últimos 12 meses, e, na sequência, procuraram os serviços de saúde e das ONG para dar seguimento ao tratamento.

Segundo os inquiridos, iniciaram os trabalhos ainda na adolescência, entre 15 e 24 anos para o sustento dos filhos devido à vulnerabilidade socioeconómica e outras justificam a prática do acto sexual como meio para obter o lucro e alimentar o vício do consumo de drogas.

Cerca 82% já experimentou álcool e outras drogas, tem em média 29 anos e apresentam uma prevalência do VIH que é oito vezes maior que a população em geral, estimada em apenas 0,6%.

“Isso é preocupante porque é transmissão por acto sexual e deve-se ter atenção para aquelas que são positivas terem acesso ao tratamento antirretroviral. Dado o tipo de actividade que exercem, devem usar os meios de protecção sistematicamente” alertou Celina Ferreira, que precisou que 84% das trabalhadoras de sexo tem pessoas dependentes a seu cuidado.

Segundo a mesma fonte, 98% das entrevistadas mostraram conhecimento sobre onde procurar os serviços de despistagem da doença, serviços de tratamento, aconselhamento e atendimento psicológico, e 89% buscam estes atendimentos.

No que diz respeito ao comportamento sexual, admitem ter múltiplos parceiros sexuais e o preço inicial varia de três mil a quatro mil escudos para cada acto, revelando ainda que não há negociação do uso correcto dos meios de prevenção o que tem agravado o contexto das infecções sexualmente transmissíveis na camada jovem.

“É uma população que requer uma abordagem de proximidade, uma estratégia adequada às suas necessidades, o aumento das informações adequadas, aumento da literacia em saúde, a gestão do corpo e melhor atendimento sobretudo de adolescentes e jovens para que possam usufruir dos serviços de forma humanizada”, apontou.

Segundo a secretária executiva do comité, são realizadas anualmente campanhas de sensibilização, contudo, dada à vulnerabilidade dessa rede e o consumo abusivo das drogas e do álcool, normalmente exercem a actividade em casa ou em sítios de entretenimento expostos aos riscos de agressão e infecção.

A investigação, adiantou, procurou também avaliar a percepção em relação à saúde mental, do qual 30% declararam ter sintomas de ansiedade, depressão e estresse.

“É um dado novo que procuramos informações para poder tomar medidas adequadas de conhecimento, apoio psicossocial e também de autoajuda em relação aos serviços que os pares educadores desenvolvem” referiu, indicado que à aível de algumas cidades, observa-se o comércio de sexo “a olho nu”.

“Temos tomado algumas medidas como atendimento psicológico, assistir sessões mensais de psicoterapia, acompanhamento caso houver problemas maiores e encaminhar para o serviço de psiquiatria. Dar todo apoio moral da saúde naquela visão integrada, emocional, espiritual e física” finalizou Celina Ferreira.

Fonte: Expresso das Ilhas // Ad: Redação Tiver

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