O tesoureiro da Associação Cabo-verdiana de Deficientes (ACD), Euclides Santos, disse hoje que a associação almeja criar um balcão de inclusão para garantir mais acessibilidade para as pessoas com deficiência. O responsável falava na jornada Inclusiva “Consciencializar para Incluir”.
Euclides Santos falava depois de voltar da jornada Inclusiva “Consciencializar para Incluir”, organizada pelo Fórum Municipal das Pessoas com Deficiência do Município de Guimarães, Portugal, e que teve lugar entre 20 e 21 de Setembro.
O mesmo adiantou que foram dois dias de intensos trabalhos que resultaram em “ideias inovadoras” que devem ser colocadas em prática.
“Trouxemos ideias interessantes, que podemos envolver as Câmaras Municipais e ver a possibilidade da criação de um balcão de inclusão”, avançou.
Afirmou ainda que a criação do balcão de inclusão permitirá mais acessibilidade para as pessoas com deficiência no atendimento prioritário, benefícios fiscais, actividade médica, desporto, habitação, entre outros.
Acrescentou também que pretendem realizar palestras e debates sem tabu, para discutirem as principais temáticas que foram aprendidas durante essa jornada, nomeadamente, a liberdade de aprender, de ser, de amar e de participar.
“O tema em debate, ‘liberdade de aprender’, foi muito interessante, pois, pessoas com deficiência têm liberdade de aprender, mas aqui em Cabo Verde temos muitos preconceitos e a ideia é que devem ficar em casa. As pessoas com deficiência têm liberdade de aprender, assim como as pessoas ditas normais”, apontou.
Neste âmbito, explicou que as pessoas com deficiência podem ser o que quiserem, independentemente da deficiência que tenham, alegando que cabe à sociedade reconhecer e saber que ela é capaz de tomar a sua própria decisão sobre o que quiser.
Concluiu sublinhando, que durante a jornada auscultou testemunhos de pessoas que eram consideradas como pessoas que não eram capazes de aprender, mas que hoje são pessoas reconhecidas na sociedade portuguesa.
A ACD é uma associação de pessoas com deficiência criada em 1994 com o objectivo de cumprir uma missão social de igualdade e plena participação das pessoas com deficiência na vida social e no desenvolvimento do país e é constituída por 96 associados.
Em Cabo Verde, segundo dados do INE, existem 47.021 pessoas com deficiência, sendo 61,8% mulheres e 38,2% homens.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver