CONCENTRAÇÃO DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA BATE NOVO RECORDE

As concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera atingiram novos recordes em 2023, o que condena o planeta a muitos anos de aumento das temperaturas. O alerta foi dado hoje pela agência para o ambiente da ONU.

Os níveis dos três principais gases com efeito de estufa que contribuem para o aquecimento global, dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), voltaram a aumentar no ano passado, segundo o relatório divulgado hoje pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). A agência da ONU constatou que o CO2 está a acumular-se mais rapidamente do que nunca na atmosfera, aumentando mais de 10% em duas décadas, sendo que o dióxido de carbono contribui para 64% do aquecimento global e provém principalmente da queima de combustíveis fósseis.

“Mais um ano. Mais um recorde. Isto deveria fazer soar o alarme entre os decisores políticos. Estamos claramente atrasados em relação ao objetivo estabelecido no Acordo de Paris sobre o Clima de 2015”, afirmou a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, durante a apresentação do relatório.

Em 2015, os países concordaram em limitar o aquecimento global a menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais, e até a 1,5°C, se possível. No entanto, os investigadores mostram uma realidade oposta. Em 2023, as temperaturas globais em terra e no mar já foram “as mais elevadas de que há registo”, com os níveis de dióxido de carbono a registarem um aumento de 151% em relação aos níveis pré-industriais, ou seja, antes de 1750.

Enquanto as emissões continuarem, os gases com efeito de estufa continuarão a acumular-se na atmosfera, aumentando as temperaturas, lamenta a OMM, que divulga o seu relatório duas semanas antes do arranque da próxima cimeira das Nações Unidas sobre o clima (CIP29), que se irá realizar entre 11 e 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão.

A agência meteorológica da ONU adverte que, mesmo que as emissões fossem rapidamente reduzidas a zero (ou seja, atenuadas por fenómenos de absorção como as florestas), seriam necessárias décadas para o clima da Terra voltar a reduzir os níveis atuais de temperatura, devido à longa permanência do CO2 na atmosfera. A OMM alerta ainda para o risco de o aumento das concentrações dos gases – que provocam o aquecimento global – se tornar mais intenso.

Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *