AUMENTA PARA 11 MILHOES O Nº DE DESLOCADOS NO SUDAO

O número de deslocados internos no Sudão já atingiu os 11 milhões, aos quais se juntam outros 3,1 milhões de refugiados noutros países, anunciou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas. Em comunicado, refere, ainda, às palavras do secretário-geral da ONU, António Guterres, que chamou, na segunda-feira, a atenção para este sofrimento, apelidando-o de “catástrofe humanitária total”. 

“A situação aqui no Sudão é catastrófica. Simplesmente não há outra forma de o dizer. A fome, a doença e a violência sexual são galopantes. Para o povo do Sudão, isto é um pesadelo”, disse a diretora-geral da OIM, Amy Pope, num comunicado.

Pope, que iniciou na segunda-feira uma visita de quatro dias ao país, acrescentou que a situação de conflito do Sudão é pouco relatada e “existe um sério potencial para o conflito alimentar a instabilidade regional, tanto no Sahel como no Corno de África e na costa do Mar Vermelho”, zonas também afetadas pela violência de grupos armados.

Em comunicado, a responsável refere-se, ainda, às palavras do secretário-geral da ONU, António Guterres, que chamou, na segunda-feira, a atenção para este sofrimento, apelidando-o de “catástrofe humanitária total”. 

Passaram dezoito meses desde o início dos combates entre as Forças Armadas sudanesas e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês). Segundo o comunicado, “as forças externas estão agora a ‘alimentar o fogo’ que está a intensificar o conflito”, O sofrimento está a aumentar de dia para dia, com o secretário-geral das Nações Unidas a informar na segunda-feira que quase 25 milhões de pessoas estão agora a precisar de assistência, destaca-se no comunicado. 

O atual conflito, que obrigou mais pessoas a fugirem das suas casas do que qualquer outro no mundo, tem, segundo a OIM, números alarmantes. Mais de metade dos deslocados são mulheres e um quarto são crianças com menos de cinco anos, sublinhou Pope, que alertou ainda para situações já próximas da fome em regiões particularmente afetadas pelo conflito, como o Darfur, no oeste do país, e o vizinho Chade. 

De forma conclusiva lê-se, no comunicado da OIM, que “todas as guerras são brutais, mas o balanço desta é particularmente horrível”.

Fonte: Reuters

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