A polícia dispersou hoje com gás lacrimogéneo centenas de pessoas que tentavam sair do bairro de Maxaquene, nos arredores de Maputo, em direcção ao centro da capital moçambicana para se manifestarem contra o resultado das eleições gerais. Nestes confrontos, pelo menos uma pessoa ficou ferida.
A primeira carga policial, cerca das 09:20 locais levou à dispersão dos manifestantes, mas pouco depois estes voltaram a juntar-se e ripostaram ao gás lacrimogéneo lançando pedras e garrafas na direção da polícia.
Nas principais ruas de Maputo e nos bairros suburbanos há uma forte presença da polícia e militares, com viaturas blindadas e elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), e os manifestantes começaram a deslocar-se a partir dos subúrbios em direcção à capital moçambicana, que hoje de manhã estava praticamente deserta e com a quase totalidade das actividades e estabelecimentos encerrados.
Tal como acontece há uma semana, hoje registam-se novamente fortes condicionalismos no acesso à Internet, nomeadamente redes sociais.
O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique a 24 de Outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados por Venâncio Mondlane.
Hoje cumpre-se o oitavo dia de paralisação e manifestações em todo o país, com a generalidade a levar à intervenção da polícia, que dispersa com tiros e gás lacrimogéneo, enquanto os manifestantes cortam avenidas, atiram pedras e incendeiam equipamentos públicos e privados.
Fonte: RFI