AGENDAMENTO DE VISTOS DE LONGA DURAÇÃO PASSA 90 CONTOS NO MERCADO NEGRO

As autoridades cabo-verdianas e portuguesas enfrentam críticas pela falta de avanços em investigações sobre redes criminosas que açambarcam vagas para pedidos de vistos de longa duração, transformando-as num negócio lucrativo no mercado negro. Um cidadão, de 53 anos, viu a sua prisão preventiva decretada pelo Tribunal da Praia por suspeitas de envolvimento em falsificação de documentos, burla e auxílio à emigração ilegal.

Um cenário de exploração tem prejudicado cabo-verdianos que buscam melhores condições de vida no exterior. Denúncias recentes revelam que o agendamento para pedidos de visto de longa duração, realizado através da plataforma da VFS Global, foi tomado por redes ilícitas que cobram até 900 euros, mais de 90 contos, para garantir uma vaga, num país onde o salário mínimo ronda os 150 euros (15 contos).

Outro destacou ao A NAÇÃO que as vagas divulgadas recentemente esgotaram em menos de 10 minutos, enquanto um terceiro denunciante lamentou a situação.

O problema, segundo uma fonte policial, tem origem em redes criminosas que operam internacionalmente, envolvendo indivíduos de países como Índia e Bangladesh, em colaboração com intermediários locais. Essas redes, além de hackearem o sistema, criam barreiras para os cabo-verdianos, que dependem do serviço gratuito para pedidos de visto.

O ministro das Comunidades, Jorge Santos, classificou em Julho último essas práticas como “criminosas” e garantiu que investigações conjuntas entre os ministérios públicos de Cabo Verde e Portugal estão em andamento desde julho. Entretanto, até agora, não houve resultados concretos.

A Embaixada de Portugal em Cabo Verde adotou medidas como o pré-pagamento da taxa de serviço para agendamentos, buscando mitigar o açambarcamento de vagas. Contudo, utilizadores relatam que essas iniciativas não têm sido suficientes para resolver o problema.

Muitos cabo-verdianos, desesperados pela necessidade de viajar para Portugal, recorrem ao mercado negro, onde cada vaga é descrita como “ouro”.

Fonte: A Nação // Ad: Redação Tiver

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