Cabo Verde enfrenta um desafio crescente, relacionado à mutilação genital feminina, devido ao aumento da imigração de países onde essa prática é culturalmente enraizada. A enfermeira Deisa Semedo, alertou para a necessidade de maior conhecimento e preparação dos profissionais de saúde para lidar com o problema, destacando que muitos desconhecem o conceito e as implicações da mutilação genital feminina.
Durante o atelier “Dialogar e Construir Parcerias para a Abordagem da mutilação genital feminina em Cabo Verde, promovido pela Alta Autoridade para a Imigração, Deisa Semedo apresentou os primeiros resultados de um estudo sobre o tema. A enfermeira Deisa Semedo alertou para a necessidade de maior conhecimento e preparação dos profissionais de saúde para lidar com o problema, destacando que muitos desconhecem o conceito e as implicações da MGF.
Os dados também indicam que os profissionais de saúde, embora tenham ouvido falar da mutilação genital, não possuem conhecimento aprofundado sobre o tema. Além disso, foi identificado que mulheres cabo-verdianas casadas com imigrantes de países onde a prática é comum, temem que as filhas sejam levadas para esses países e submetidas à mutilação.
Segundo Deisa Semedo, há relatos de sobreviventes que ainda veem a prática como um elemento essencial da sua cultura e pretendem perpetuá-la. No entanto, a pesquisa mostra que há abertura para sensibilização e formação, tanto entre profissionais de saúde como entre comunidades imigrantes.
O estudo, financiado pelas Nações Unidas, pretende fornecer recomendações para políticas públicas e impulsionar um levantamento mais amplo sobre a prevalência da prática no país. A erradicação da mutilação genital feminina é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Redação Tiver