SN: RESPONSÁVEL ALERTA PARA RISCOS DA DOENÇA ESQUISTOSSOMOSE

O director da Região Sanitária de Santiago Norte, João Baptista Semedo, alertou para os riscos da doença esquistossomose, que surgiu em 2022 em São Miguel, se tornar endémica se as autoridades competentes não tomarem medidas. Conhecida como ‘bilharzíase’ é uma doença parasitária causada por vermes, e, é uma das doenças tropicais negligenciadas mais comuns, afectando milhões de pessoas em regiões tropicais e subtropicais.

O director da Região Sanitária Santiago Norte (RSSN), João Baptista Semedo, alertou hoje para os riscos de a doença esquistossomose, que surgiu em 2022 em São Miguel, se tornar endémica se as autoridades competentes não tomarem medidas.

Este responsável falava no workshop sobre esquistossomose, que decorre de hoje a sexta-feira, no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Miguel com participação de técnicos e profissionais da saúde dos seis concelhos que compõem a região, técnicos e investigadores da área de saúde humana, ambiental e animal, e líderes comunitários.

“Se não fizermos algo, há riscos de esta doença nova se tornar endémica”, alertou, propondo “junção de esforços” entre as autoridades sanitárias, edilidade, pessoas ligadas ao ambiente e à educação e a própria população para se evitar que esta doença infecciosa se impregnar na sociedade.

A mesma fonte lembrou que em 05 de Maio de 2022, foi reportada pela primeira vez no país, a presença de ‘Schistosoma haematobium’ na urina de um utente, o que desencadeou uma investigação, com o objectivo de confirmar o diagnóstico, caracterizar o surto, identificar a forma de transmissão e recomendar medidas para prevenção e controlo.

Conforme informou, desde o aparecimento dos primeiros casos confirmados de esquistossomose as estruturas de saúde do município de São Miguel continuaram a reportar e a confirmar casos novos, sendo que somente em Janeiro deste ano já foram confirmados 12 casos novos.

Relativamente ao evento, disse que o mesmo realizado em parceria com Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP) e edilidade micaelense tem como objectivo analisar a situação epidemiológica relativo a esta doença em São Miguel e Cabo Verde, apresentar os estudos produzidos até agora sobre a doença, e traçar um plano de intervenção com intuito de controlá-la e eliminá-la tanto neste concelho como no país.

A organização, segundo ele, pretende com este evento técnico ter profissionais de saúde com maior nível de conhecimento sobre a doença esquistossomose, alcançar maior engajamento dos intervenientes que irão desenvolver acções no terreno.

Espera-se ainda que saia um conjunto de recomendações técnicas que serão implementadas com vista a alcançar um bom controlo e eliminação da doença no município de São Miguel e de Cabo Verde.

No encontro vão ser abordados temas como o agente causal, os tipos a que está a provocar o surto em São Miguel, as vias de transmissão, o ciclo de vida do parasita, o diagnóstico, o tratamento e as medidas de prevenção e controlo da doença, entre outros.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que aproximadamente 90% das pessoas que precisam de tratamento para esquistossomose vivem no continente Africano. Cabo Verde é um país localizado na África Ocidental, e até então não havia relatos da doença.

A esquistossomose, também conhecida como ‘bilharzíase’ é uma doença parasitária causada por vermes do género esquistossomose, e, é uma das doenças tropicais negligenciadas mais comuns, afectando milhões de pessoas em regiões tropicais e subtropicais, especialmente em áreas com saneamento básico precário e contato frequente com água doce contaminada.

 Fonte: Inforpress // Ad: Redação

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