MINDELO NA LISTA DE PORTOS AFRICANOS DE USO MILITAR PELA CHINA

O Porto do Mindelo, em São Vicente, está entre os portos africanos que podem ser utilizados para fins militares pela China. A informação consta em relatórios sobre a expansão da influência chinesa em infraestruturas portuárias no continente.

Segundo o Africa Center, as empresas estatais chinesas estão envolvidas em 78 portos africanos como financiadoras, construtoras ou operadoras.

Essa actuação faz parte dos Planos Quinquenais da China, que orientam as suas estratégias globais.

O actual plano (2021-2025) inclui um “quadro de conectividade” que fortalece a iniciativa do Cinturão e Rota, com três dos seis corredores estratégicos passando por África, abrangendo o Leste Africano, o Egito e a Tunísia.

A China considera alguns desses portos como “pontos fortes estratégicos no exterior”, dada a sua importância económica e logística.

O investimento chinês em infraestrutura portuária no continente foi impulsionado pela estratégia “Go Out”, que busca superar barreiras ao comércio entre China e África. Além disso, a construção de redes de transporte terrestre conectou países sem litoral aos portos, facilitando o escoamento de mercadorias.

A presença chinesa nesses portos também tem implicações militares. Alguns são capazes de receber navios da Marinha do Exército de Libertação Popular (PLA), e vários já foram usados para exercícios militares.

Desde 2000, a PLA realizou 55 visitas portuárias e 19 exercícios militares na África. Empresas chinesas também gerenciam a logística militar em diversos portos.

Há especulações sobre a possibilidade de alguns desses portos tornarem-se bases militares chinesas no futuro, além de um no Djibuti.

Factores como o nível de participação chinesa nos portos, as suas especificações físicas e aspectos políticos influenciam essa possibilidade. Entre os 78 portos sob influência chinesa, 36 já receberam visitas da PLA ou sediaram exercícios militares, indicando o seu potencial para apoiar operações navais chinesas, conforme o Africa Center.

Fonte: Expresso das Ilhas // Ad: Redação Tiver

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