O Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género, em parceria com o Programa de Ação Climática, promoveu um fórum dedicado à intersecção entre género e mudanças climáticas. O evento serviu ainda de palco para a apresentação de um estudo pioneiro que aponta os rostos femininos das vulnerabilidades climáticas em Cabo Verde.
Durante o fórum, o secretário nacional para a Ação Climática, Alexandre Rodrigues, destacou que, apesar da estrutura institucional existente e dos compromissos assumidos, é fundamental que as políticas públicas climáticas, considerem as desigualdades sociais e de género, garantindo uma transição justa.
“Temos uma arquitetura institucional sólida, mecanismos de coordenação e compromissos firmes, mas é essencial garantir que as políticas públicas climáticas sejam sensíveis às desigualdades sociais e de género…O nosso compromisso é assegurar que a transição climática seja justa, inclusiva e centrada nas pessoas, com destaque para as populações mais vulneráveis” – Alexandre Rodrigues
O estudo apresentado durante o fórum recolheu dados em cinco municípios e identificou desafios específicos enfrentados por mulheres nas áreas da água, agricultura, energia e pesca. Entre as recomendações destacam-se a criação de linhas de financiamento verde para mulheres empreendedoras, a recolha de dados desagregados por género e a institucionalização de uma governação climática mais inclusiva.
Para Marisa Carvalho, presidente do ICIEG, as mudanças climáticas não atingem de forma igual toda a população e agravam desigualdades já existentes, sobretudo de género. Mulheres e meninas, especialmente em zonas rurais, enfrentam maiores riscos de pobreza, sobrecarga laboral e exclusão nos processos de decisão.
O Fórum foi mais do que a apresentação de um relatório técnico, marcou o início de um movimento conjunto para integrar de forma efetiva a perspetiva de género na ação climática em Cabo Verde, reforçando que não haverá desenvolvimento sustentável sem justiça e inclusão para todos.
Redação Tiver