O Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), explicou hoje que a falta de equipamentos, como radares meteorológicos, impediu a emissão de um alerta preciso para as chuvas torrenciais que atingiram a ilha de São Vicente. Segundo a presidente da instituição, Ester Brito, uma onda tropical intensificou-se inesperadamente durante a sua trajetória, transformando-se num centro de baixa pressão de 1.006 hPa ao passar pelas ilhas de São Nicolau, São Vicente e Santo Antão.
Em São Vicente, a precipitação foi particularmente severa, com 163 milímetros de chuva registados em apenas duas horas, entre as 03h00 e as 04h00 desta segunda-feira. De acordo com Ester Brito, essa quantidade de chuva teria excedido significativamente a norma para a ilha. Apesar da intensidade da precipitação, o sistema meteorológico não teria sido acompanhado por ventos fortes, o que, segundo a responsável, dava ao fenómeno uma aparência pacífica. A mesma referiu ainda que a intensificação teria ocorrido quase exclusivamente em termos de chuva, um comportamento que classificou como atípico.
Questionada sobre a ausência de um alerta meteorológico, a presidente do INMG explicou que o instituto depende de imagens de satélite e modelos numéricos para as suas previsões, mas que não dispõe dos radares necessários para prever com precisão a quantidade de precipitação. Acrescentou que o instituto não tem capacidade para prever a intensidade da precipitação e que a súbita intensificação do sistema só poderia ter sido detetada com o auxílio desses equipamentos.
Indicou ainda que a ausência desses radares limita a capacidade do INMG de emitir alertas mais detalhados e específicos para fenómenos como o que afetou a ilha.
Apesar de o centro de baixa pressão já se ter afastado do arquipélago, o INMG informou que se mantém vigilante, com especial atenção ao estado do mar, que poderá registar ondulações de até 3,5 metros. A instituição recomendou cautela nas zonas costeiras. Segundo o instituto, ainda existe a possibilidade de chuvas fracas a moderadas, mas não com a mesma intensidade registada anteriormente.
Ester Brito esclareceu também que, apesar das informações que circulam nas redes sociais, o INMG não teria emitido um alerta oficial, mas sim a previsão diária, que é atualizada regularmente.
Atualmente, o centro de baixa pressão encontra-se entre as latitudes 5N e 19N e longitudes 24W e 29W, movendo-se para Oeste e afastando-se da ilha de Santo Antão, embora continue a exercer alguma influência.
Fonte: Inforpress // Redação Tiver