MINISTRO DA SAÚDE EXIGE MAIOR INVESTIMENTO EM INVESTIGAÇÃO

O ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, exigiu hoje um maior investimento em investigação, classificando a ciência como um factor essencial para a autonomia, resiliência e esperança de Cabo Verde, e não como um “luxo académico”. As declarações foram proferidas na sessão de abertura do VI Congresso Nacional de Investigação em Saúde, sob o tema “Cancro e ciência: desafios e perspectivas no contexto da transição epidemiológica”.

O ministro destacou que a ciência deve refletir a identidade cabo-verdiana, defendendo que a investigação em saúde atua como uma ponte entre a evidência científica e a tomada de decisões. Segundo ele, cada estudo, dado recolhido ou artigo publicado tem o poder de influenciar políticas públicas mais eficazes, justas e centradas nas pessoas. Enfatizou ainda que o congresso representa um espaço de responsabilidade partilhada, reunindo investigadores que produzem conhecimento, gestores que o transformam em ação e decisores políticos que o convertem em prioridade institucional e orçamental.

Prosseguiu, destacando como marcos da estratégia nacional a expansão do acesso à quimioterapia, os avanços na patologia molecular e o fortalecimento de parcerias regionais.

Contudo, Jorge Figueiredo alertou para a necessidade de ir além do progresso já alcançado.

“Precisamos de sistemas de informação robustos, de biobancos nacionais, de ensaios clínicos contextualizados, e de redes de investigação capazes de dialogar com a prática clínica e com a realidade dos nossos hospitais e centros de saúde”, defendeu.

A ciência cabo-verdiana precisa, segundo o ministro, de ousadia e integridade para se traduzir em vidas salvas através de políticas públicas que garantam os meios necessários.

Por sua vez, a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Maria da Luz Lima, lembrou que o Congresso Nacional de Investigação em Saúde foi instituído em 2019 como espaço de disseminação de conhecimentos científicos e tecnológicos sobre saúde e os seus determinantes.

Neste âmbito, realçou que em termos de investigação e publicações Cabo Verde é o país com o menor número de investigações publicadas em revistas internacionais entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

“É necessário investir mais na investigação e criar cultura de investigação, no país, desde criança e em varias área”, alertou apontando também a necessidade de um maior investimento financeiro neste domínio.

O evento, que reúne investigadores, decisores e estudantes, visa promover a partilha de conhecimentos e discutir estratégias de resposta ao cancro.

Esta edição do Congresso abordará temas cruciais como a epidemiologia do cancro, avanços no diagnóstico precoce, determinantes socio-ambientais e prioridades de investigação em oncologia.

Fonte: Inforpress // Redação Tiver

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *