A actualização da Política Nacional de Saúde (PNS), que orientará o sector entre 2025 e 2035, será “bastante inovadora” e procurará consolidar os ganhos anteriores, garantindo a sustentabilidade do sistema, disse hoje a directora Nacional de Saúde.
Ângela Gomes fez esta declarações na abertura do Encontro de Focus Group para a avaliação crítica dos resultados da PNS 2007/2020 e a definição das prioridades para a próxima década, que decorre na cidade da Praia.
Segundo a responsável, a inovação é uma vertente essencial que deve englobar os desafios globais, com especial destaque para o impacto das emergências e das mudanças climáticas na saúde pública.
A directora nacional de Saúde sublinhou ainda que a nova política dará atenção especial à transição epidemiológica, nomeadamente através da adoção de novas tecnologias e abordagens para as doenças crónicas não transmissíveis, além de reforçar a saúde digital e a introdução de novos produtos da saúde.
Para Ângela Gomes, a transição epidemiológica deve também merecer uma atenção muito especial em termos das novas tecnologias e abordagens sobre as doenças crónicas não transmissíveis, os novos produtos da saúde e a saúde digital.
“A PNS deve trazer luzes para garantir novas fontes de financiamento, a perenidade das ações elaboradas e, sobretudo, as medidas e reformas que devem ser introduzidas no sistema para novos ganhos,” precisou Ângela Gomes, destacando a importância da governança e de um bom sistema de financiamento como pilares essenciais.
A PNS 2025/2035 será elaborada por uma equipa técnica do Ministério da Saúde, no contexto da abordagem “Uma Só Saúde” (One Health), abrangendo áreas complementares ao sector, informou a directora.
A representante da cooperação portuguesa, Raquel Marchã, manifestou satisfação com as “reformas relevantes” em curso em Cabo Verde, nomeadamente na digitalização, vigilância epidemiológica e no reforço dos quadros profissionais e da formação especializada.
“Estas reformas em curso exigem, sem dúvida nenhuma, uma avaliação, uma reflexão daquilo que foi a estratégia até agora e também de um quadro atualizado, coerente e orientador para a próxima década”, afirmou.
Nesse âmbito, a representante portuguesa garantiu que, no quadro da parceria bilateral e multilateral, Portugal alinhará o seu apoio de forma “responsável, útil e previsível”, em coerência com as opções nacionais.
Por sua vez, a representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Cabo Verde, Carlota Pacheco, classificou o projecto como um “marco estratégico” que demonstra o compromisso do país com um sistema de saúde “justo, inclusivo e resiliente”.
“Todo este envolvimento participativo, inclusivo, é no sentido de alinhar com estratégias nacionais, melhores práticas internacionais e recomendações, quer regionais, quer globais”, ressaltou, lembrando que nesse processo foram identificadas áreas-chave como governança, financiamento, saúde pública, prestação de cuidados, tecnologias e sistemas de informação.
Carlota Pacheco concluiu, reafirmando o compromisso da OMS em acompanhar Cabo Verde em todas as etapas para que a nova política nacional de saúde seja robusta, inclusiva e orientada para resultados concretos.
Fonte: Inforpress // Redação Tiver