Biden diz que a ameaça russa de utilizar armas nucleares no conflito da Ucrânia coloca o mundo em risco de um apocalipse, como aconteceu pela primeira vez desde a crise dos mísseis cubanos no auge da Guerra Fria.
“Não enfrentamos a perspetiva de um apocalipse desde [ex-Presidente John F.] Kennedy e a crise dos mísseis cubanos” em 1962, afirmou, numa angariação de fundos em Nova Iorque, onde disse que o homólogo russo, Vladimir Putin, “não estava a brincar” quando fez as ameaças.
Há meses que responsáveis norte-americanos alertam para a perspetiva de a Rússia poder utilizar armas de destruição maciça na Ucrânia, após uma série de reveses estratégicos no campo de batalha.
No entanto, ainda esta semana disseram não ter visto qualquer mudança nas forças nucleares russas que exigisse uma mudança na postura de alerta das forças nucleares dos EUA.
“Não vimos qualquer razão para ajustar a nossa própria postura nuclear estratégica, nem temos indicação de que a Rússia se está a preparar para utilizar iminentemente armas nucleares”, disse na terça-feira a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Esta quinta-feira, Biden disse que ainda estava “a tentar descobrir” a “rampa de saída” de Putin na Ucrânia.
“Onde é que ele vai encontrar uma saída? (…) Como é que ele se encontra numa posição em que não só perde a face como perde poder significativo dentro da Rússia?”, perguntou Biden.
Putin aludiu repetidamente à utilização do vasto arsenal nuclear, incluindo no mês passado, quando anunciou os planos de mobilização parcial.
“Quero lembrar-vos que o nosso país também tem vários meios de destruição (…) e quando a integridade territorial do nosso país for ameaçada, para proteger a Rússia e o nosso povo, usaremos certamente todos os meios à nossa disposição”, disse Putin a 21 de setembro, acrescentando, com um olhar prolongado para a câmara: “Isto não é um ‘bluff'”.
Fonte: Euronews