ACARINHAR PROPÕE CENTRO DE DIA PARA CRIANÇAS E JOVENS COM PARALISIA CEREBRAL

A presidente da Associação das Famílias e Amigos das Crianças com Paralisia Cerebral (Acarinhar) propôs hoje a criação de um centro de dia para acolher crianças e jovens com paralisia cerebral e evitar que vivam sozinhos em casa.

Teresa Mascarenhas, que falava à Inforpress esta manhã, na cidade da Praia, à margem de uma acção desportiva sob o lema “Um Dia de Desporto Inclusivo”, no âmbito do Dia Mundial da Paralisia Cerebral, celebrado hoje, destacou que foram alcançados “ganhos significativos” ao longos destes anos, mas sublinhou que ainda há muito por fazer.

Para a presidente da Acarinhar, o dia de hoje constitui uma oportunidade para mais uma vez chamar a atenção e sensibilizar a sociedade civil, as famílias e toda a comunidade em geral sobre as pessoas com paralisia cerebral que continuam a ser confrontadas com muitas barreiras que dificultam a inclusão.

“É uma área que ainda precisa de muito mais, existem ainda muitas barreiras que dificultam a inclusão, nomeadamente, as barreiras arquitectónicas, os preconceitos, bem como a falta de transportes adaptáveis”, apontou.

Segundo disse, há 17 anos que a Acarinhar tem estado a trabalhar em prol das crianças e jovens com paralisia cerebral, com acções de inclusão, trazendo essas pessoas para actividades públicas e mostrar que também têm direito de participar no mesmo espaço com as pessoas “ditas normais”.

Entretanto reconheceu que hoje em dia o país está bem melhor do que 17 anos atrás, sendo que existem mais políticas inclusivas onde praticamente todas as crianças e jovens com paralisia cerebral tem uma pensão social, mas ainda falta um longo caminho a percorrer tendo em conta que a maior parte dessas crianças e jovens continuam em casa isolados.

Não têm transportes adaptados, não têm uma resposta educativa própria, não têm centros culturais, de desporto, de música e de dança, ou seja, Cabo Verde precisa de centros para acolher crianças e jovens com paralisia cerebral durante dia onde serão alfabetizados, trabalhada a parte artística e desporto de modo a melhorar a qualidade de vida e a sua inclusão na sociedade”, precisou a presidente.

Neste sentido, apelo ao maior envolvimento da sociedade civil, das empresas e do Governo, principalmente, no sentido de terem mais especialistas, técnicos e viaturas adaptadas para dar uma melhor resposta a estas crianças e jovens.

Para Teresa Mascarenhas, tudo aquilo que é possível fazer com pessoas e crianças ditas normais é possível fazer também com crianças e pessoas com paralisia cerebral.

“É por isso que hoje decidimos juntar, num só espaço, crianças e jovens com e sem deficiência na área do desporto para uma manhã de desporto inclusivo”, explicou.

Na ocasião, a presidente da Acarinhar agradeceu às escolas de desporto, aos pais e famílias, às câmaras municipais, aos bombeiros, à polícia marítima, aos nadadores salvadores e a todos aqueles que se juntaram a esta causa para fazer um dia diferente.

Estima-se que existam, em Cabo Verde, cerca de três mil crianças e jovens com paralisia cerebral.

Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver

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