ÁFRICA: GUINÉ‑BISSAU PODE DEIXAR A PRESIDÊNCIA DA CPLP

A Guiné-Bissau, agora dirigida por militares, pode deixar de ter a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A organização está a preparar uma cimeira extraordinária para resolver a questão.

A investigadora guineense Antonieta Rosa Gomes defende que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deve acionar imediatamente os mecanismos determinados pelos seus estatutos face à violação da ordem constitucional na Guiné-Bissau , país que detém a presidência rotativa da organização no período de 2025-2027.

Antonieta Gomes, a primeira e única mulher a concorrer às eleições presidenciais na Guiné-Bissau por três vezes, também refere que qualquer posição do Conselho de Ministros da organização “tem de ser consensual” e imediata relativamente ao que está a acontecer no país membro, para “ajudar à revisão da Constituição e ver, dentro do quadro das diligências entre os líderes [da CPLP], qual a posição relativa a esta questão” que considera “urgente”.

Rosa Gomes, que antes assumiu o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional, lamenta a violação dos princípios democráticos no seu país natal, que propõe em causa a escolha dos guineenses, nas eleições gerais de 23 de novembro.

O ativista guineense Yussef, um dos jovens que protestaram na semana passada frente à sede da CPLP contra o golpe de Estado militar, lembra que os estatutos da organização lusófona são claros, nomeadamente o artigo sétimo que delibera sobre medidas sancionatórias.

Yussef recorda ainda, em tom de crítica, que durante o regime de Umaro Sissoco Embaló, a CPLP não condenou os vários atentados às liberdades democráticas na Guiné-Bissau e tão pouco condenou a prorrogação do seu mandato, que não tinha qualquer respaldo constitucional.

Fonte: DW

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