A Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) condenou veementemente a conduta de um cidadão que se autointitula de “Repórter do Povo” na ilha de São Vicente. Segundo a AJOC o mesmo tem reiteradamente dificultado o exercício livre e responsável da profissão de jornalista naquela ilha, inclusive com ameaças de agressão a profissionais da comunicação social em contexto de cobertura.
Conforme a mesma fonte o mesmo indivíduo tem interferido diretamente no trabalho dos jornalistas e, mais grave, manifestando publicamente uma postura hostil e aversão à classe jornalística.
A atuação do mesmo tem causando graves perturbações em coberturas mediáticas, nomeadamente durante operações policiais e outros eventos de interesse público.
A AJOC denuncia ainda que, o “Repórter do Povo”, figura pública que utiliza plataformas digitais para difundir conteúdo, tem realizado transmissões ao vivo nas quais profere ameaças aos jornalistas, prometendo continuar a afrontar a classe e desrespeitando as normas e princípios que regem a comunicação social em Cabo Verde.
No mesmo comunicado a AJOC considera estas atuações inaceitáveis e entende que as mesmas representam uma séria ameaça à liberdade de imprensa e até à segurança dos profissionais que, no exercício das suas funções, contribuem para uma sociedade mais informada e democrática.
Nesta linha, a Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde exige uma posição mais firme e eficaz por parte da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC), entidade responsável pela regulação do setor. Que enquanto órgão regulador, deve intervir de forma mais assertiva, e não pode alegar falta de poderes para atuar, uma vez que a sua função é, de entre outros, garantir precisamente o cumprimento da lei e a proteção da integridade do trabalho jornalístico. “A omissão da ARC neste caso configura, ao nosso ver, uma falha grave na sua missão reguladora e na defesa da liberdade de imprensa em Cabo Verde” Reitera.
A AJOC também apela à Comissão de Carteira Profissional (CCP) para que se pronuncie sobre as ameaças feitas pelo “Repórter do Povo” a jornalistas, que incluem a promessa de agressão durante uma manifestação pública, além de outras práticas inaceitáveis, como a exposição indevida de menores vítimas de violência.
Para a Associação Sindical Cabo Verde não pode permitir que figuras que se autodenominam “repórteres” sem a devida qualificação e responsabilidade, que a profissão exige, interfiram no exercício da função de jornalista e ameacem a liberdade de expressão e de imprensa no nosso país.
“Nesse sentido, e tendo em conta todos os argumentos, a AJOC informa que estará, nos próximos dias, a dar entrada com uma queixa crime contra o referido individuo no Ministério Público”.
Fonte: AJOC// Ad: Redação Tiver