Na relação entre PIB per capita e performance na inovação, ou seja, a inovação esperada para o nível de rendimento do país, Cabo Verde cumpre as expectativas para a sua fase actual de desenvolvimento, mas precisa de melhorar em termos de pesquisa e desenvolvimento, capital humano e na formação de cientistas e engenheiros. Estas são algumas das conclusões que podem ser tiradas do último Índex Global de Inovação (IGI). O arquipélago é o 91º país entre as 132 economias analisadas.
O Índice Global de Inovação (IGI) avalia as economias mundiais com base nas suas capacidades de inovação, destacando os seus pontos fortes e fracos, e é publicado anualmente pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual. A avaliação tem em consideração sete pilares e 80 indicadores.
O IGI de 2023 examina o panorama da inovação num cenário económico e geopolítico marcado por incertezas e identifica as tendências mundiais mais recentes em matéria de inovação. Uma das conclusões é que, apesar do clima de preocupação e da queda nos investimentos de capital de risco, há imensas oportunidades geradas pela inovação digital e pela ciência.
Essencialmente, o IGI é uma ferramenta prática que ajuda na elaboração de políticas de inovação. Governos do mundo inteiro utilizam este ranking para avaliações comparativas de desempenho em inovação, para aperfeiçoar métricas de inovação e, em última análise, para formular políticas de inovação apoiadas em evidências.
Em 2023, a Suíça ocupa, pelo 13º ano consecutivo, a primeira posição no IGI. A Suécia assume o 2º lugar e os Estados Unidos caem para 3º, seguidos do Reino Unido (4ª posição) e de Singapura (5ª), que agora integra o rol das cinco economias mais inovadoras. A Finlândia (6ª) aproxima-se das cinco primeiras e todas as outras economias nórdicas (Dinamarca, 9ª) e bálticas (Estónia, 16ª, Lituânia, 34ª, e Letónia, 37ª) também mostram uma trajectória ascendente, com excepção da Islândia, que manteve a 20ª posição. Arábia Saudita (48ª), Brasil (49ª) e Qatar (50ª) entram na lista das 50 primeiras e a África do Sul (59ª) agora figura entre as 60 mais inovadoras.
As empresas com os maiores orçamentos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) gastaram 1,1 trilião de dólares [um milhão de biliões (a unidade seguida de 18 zeros)] – o maior valor registado até hoje. Em termos nominais, esta cifra representa um aumento de 7,4% em 2022, mas abaixo dos 15% verificados em 2021.
Reflectindo a recente ascensão da inteligência artificial, o sector de equipamentos de TIC obteve o crescimento mais significativo nas actividades de P&D em 2022, graças principalmente aos fabricantes de placas de vídeo e chips. Outros sectores que reduziram os gastos em P&D durante a pandemia, como os de automóveis e viagens e lazer, voltaram a investir com força em 2022.
Dados preliminares apontam para um crescimento real nos orçamentos públicos de P&D em 2022, com aumentos significativos no Japão e na República da Coreia.
Fonte: EI // Ad: Redação Tiver