A Comissão Nacional de Eleições, promoveu hoje, uma Conversa Alargada para assinalar os 50 anos das Eleições Constituintes de 1975, sob o tema “Eleições Constituintes de 1975 – Memória, Significado e Legado”. O evento marcou um dos marcos históricos mais importantes de Cabo Verde e contou com a presença de figuras históricas e representantes da sociedade civil.
Durante a cerimónia, a presidente da CNE, Maria do Rosário Gonçalves, sublinhou a importância da participação cidadã no processo eleitoral, apelando especialmente ao envolvimento dos jovens. Destacou que, à semelhança de 1975, a legitimidade dos governos democráticos continua a depender do voto popular, e que o país precisa manter viva essa tradição de engajamento democrático.
Maria Gonçalves reconheceu que os desafios mudaram ao longo dos anos. Se antes eram dificuldades logísticas, como transporte entre ilhas e ausência de quadros técnicos, hoje o grande desafio é a mobilização cidadã e a modernização do processo eleitoral. Sublinhou a necessidade de ajustar a legislação eleitoral à nova dinâmica política e tecnológica de Cabo Verde.
Já Pedro Pires, antigo combatente da liberdade da pátria, partilhou as emoções vividas na época, descrevendo um misto de sentimentos. Por um lado, a alegria e o dever cumprido com a conquista da independência; por outro, a dúvida e a preocupação sobre como governar num contexto de grandes dificuldades. No entanto, sublinhou que havia determinação e coragem para enfrentar o futuro.
Além das intervenções, o evento ficou marcado pelo lançamento de uma brochura comemorativa que reúne testemunhos, registos históricos e análises sobre o impacto das Eleições Constituintes de 1975 na construção do sistema democrático cabo-verdiano. A publicação pretende ser um contributo duradouro para a preservação da memória coletiva e para o estudo da história política do país.
Redação Tiver