O Afrobarómetro, uma rede de investigação pan-africana, realizou inquéritos em 39 países africanos entre final de 2021 e meados de 2023, analisando as atitudes dos africanos sobre tolerância, confiança, discriminação e identidade. De acordo com os resultados, Cabo Verde apresenta uma significativa percepção de discriminação económica, com 66% dos cidadãos acreditando que o governo trata injustamente as pessoas com base na sua situação financeira.
O inquérito do Afrobarómetro revela que, embora Cabo Verde se destaque pela alta aceitação da diversidade étnica, religiosa e nacional, com 18% de tolerância em relação à comunidade LGBTQ+, a confiança interpessoal é limitada. A maioria dos cidadãos (58%) confia plenamente em suas famílias, mas a confiança em vizinhos e concidadãos é relativamente baixa, com apenas 31% a confiarem nos vizinhos e 23% nos outros cidadãos.
Os resultados apontam que em Cabo Verde uma significativa percepção de discriminação económica prevalece, com 66% dos cidadãos acreditando que o governo trata injustamente as pessoas com base na sua situação financeira. Esses factores indicam que, embora Cabo Verde apresente sinais de abertura e aceitação, desafios persistem em termos de confiança e inclusão social.
Os dados revelam que os africanos demonstram uma aceitação relativamente elevada em relação a pessoas de diferentes etnias (89%), religiões (85%), nacionalidades (80%) e filiações políticas (82%).
Países como Cabo Verde (18%), África do Sul (23%) e Seychelles (30%) destacam-se como as nações mais abertas neste aspecto, enquanto países como Uganda e Serra Leoa apresentam índices de intolerância de 94%.
A discriminação económica é a mais prevalente, com 47% dos inquiridos a afirmarem que os seus governos tratam injustamente as pessoas com base na sua situação financeira. Em países como Cabo Verde, Mali, Eswatini e Tunísia, esta percepção é particularmente forte, com 66% a 72% dos cidadãos a relatá-la.
Fonte: Expresso das Ilhas // Ad: Redação Tiver