Os controladores de tráfego aéreo da Praia, Sal, São Vicente e Boa Vista estão a cumprir a requisição civil, respeitando a ordem. A luta continuará até ser alcançado um resultado satisfatório para a classe, afirmou o sindicalista Elisângelo Vicente.
O presidente da Associação Cabo-verdiana dos Controladores de Tráfego Aéreo (ACCTA), Elisângelo Barbosa Vicente, falava à Inforpress, esta manhã, durante a concentração da greve de três dias dos controladores de tráfego aéreo da empresa Aeroportos e Segurança Aérea (ASA).
Considerou que a requisição civil demonstra a importância do trabalho dos controladores de tráfego aéreo, sublinhando que a classe desempenha um papel essencial para o país, o que reforça a legitimidade das reivindicações por melhores condições laborais.
Elisângelo Vicente, que é também controlador de tráfego aéreo na cidade da Praia, reconheceu que a requisição civil tem impacto na greve, explicando que, na capital do país, dos 11 controladores existentes, apenas cinco puderam aderir à paralisação, enquanto outros tiveram de assegurar os serviços obrigatórios e alguns encontram-se em formação previamente agendada.
Apesar disso, garantiu que os controladores dispensados do serviço continuam a exercer o direito à greve e a participar na manifestação, com o objectivo de sensibilizar o público sobre o papel da profissão e o impacto que tem na sociedade.
A greve, segundo o sindicalista, assenta em cinco reivindicações principais apresentadas à empresa como o reenquadramento profissional, a melhoria do subsídio de turno, o pagamento de horas extraordinárias, a atribuição de descanso compensatório após continuidade de turnos, e a actualização do subsídio de alimentação.
Elisângelo Barbosa lamentou que os controladores aéreos estejam “mal-enquadrados”, com um subsídio de turno que considera insuficiente e que não reflecte a penosidade do trabalho.
O presidente da ACCTA acrescentou que o subsídio de alimentação, fixado há vários anos em 10 mil escudos, está agora a ser alvo de uma proposta de redução unilateral por parte da ASA e que a empresa rejeitou todos os pontos das reivindicações, alegando custos financeiros.
A nível nacional, existem actualmente 11 controladores na Praia, 33 no Sal, cinco em São Vicente e quatro na Boa Vista.
Adiantou que após a realização desta greve, a direcção da ACCTA irá reunir-se para organizar a estratégia e, brevemente, anunciar os próximos passos.
Os controladores de tráfego aéreo da ASA iniciaram esta manhã uma greve de 72 horas após tentativas de negociação fracassadas com a administração da empresa.
Fonte: Inforpress // Redação Tiver