A embaixadora de Cabo Verde na ONU alertou em Belém que as intempéries que afectaram o arquipélago recentemente comprovam a urgência da crise climática e pediu uma atenção especial na COP30 ao financiamento da adaptação dos pequenos estados insulares. A embaixadora de Cabo Verde na ONU, Tânia Romualdo fez este alerta à margem da 30.ª conferência das Nações Unidas para as alterações climáticas (COP30), em Belém, no Brasil.
“A ciência é clara e já tinha dado o alerta. Os eventos [climáticos recentes em Cabo Verde] são uma prova física de que realmente a urgência está a bater à porta de todos nós, em particular os mais vulneráveis”, disse Tânia Romualdo a jornalistas portugueses, no evento.em Belém do Pará.
A Representante Permanente de Cabo Verde junto das Nações Unidas lembrou que estes fenómenos extremos são uma novidade em Cabo Verde.
Questionada sobre as prioridades de Cabo Verde na conferência que recorre até sexta-feira na cidade da Amazónia brasileira, Tânia Romualdo apontou o desejo de ver os pequenos estados insulares em desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês) a terem um tratamento diferenciado e acesso aos financiamentos necessários para trabalharem a sua adaptação às alterações climáticas.
Os SIDS, lembrou, estão a ser prejudicados por fenómenos para os quais “não contribuíram em absolutamente nada”.
“No caso de Cabo Verde, por exemplo, a nossa emissão [de gases poluentes) é de 0,002%” do total, disse.
Tânia Romualdo disse que a cooperação que Cabo Verde tem com Portugal, nomeadamente o acordo para converter dívida em investimento num fundo climático que em Cabo Verde é utilizado para ajudar na adaptação, uma experiência que já está a ser replicada por Portugal em São Tomé e Príncipe.
A embaixadora sublinhou ainda a importância da ligação entre o oceano e o clima, lembrando que Cabo Verde é 99,6% oceano e apenas 0,4% terra.
Inforpress // Redação Tiver