Foi assinado hoje o Protocolo Institucional para a criação e funcionamento do Centro de Verificação de Factos de Cabo Verde (CV-FACT), uma iniciativa da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC), em parceria com a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) e a Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC). O projeto conta ainda com o apoio do Escritório Conjunto do PNUD, UNFPA e UNICEF em Cabo Verde, marcando um passo considerado histórico no combate à desinformação no país.
Durante a cerimónia, Alfredo Pereira salientou que o CV-FACT resulta de um processo iniciado há cerca de um ano, com um projeto-piloto na Comissão Nacional de Eleições e contactos internacionais para garantir as melhores práticas.
O responsável explicou que a iniciativa visa reforçar a integridade informativa, sobretudo num contexto em que as novas plataformas digitais têm gerado tanto conteúdos fiáveis quanto um volume crescente de desordem informacional.
Alfredo Pereira destacou ainda o aumento substancial do uso de inteligência artificial para produzir desinformação em Cabo Verde, mencionando casos recentes de deepfakes e narrativas manipuladas que envolvem até rostos e nomes de jornalistas.
Alertou que esta realidade compromete a confiança pública e representa uma ameaça direta à democracia, razão pela qual considera urgente criar mecanismos estruturados de verificação.
Por seu lado, Lourenço Lopes, secretário de Estado adjunto do Primeiro-Ministro, manifestou grande satisfação em representar o Governo na assinatura do protocolo.
Sublinhou que o CV-FACT chega em boa hora, sobretudo num período em que o país se aproxima de eleições legislativas e presidenciais, num ambiente marcado pela proliferação de notícias falsas e conteúdos enganosos.
Lourenço Lopes reforçou ainda o compromisso do Governo com a verdade, a ética jornalística e a literacia mediática, defendendo que a liberdade de expressão deve ser exercida com responsabilidade.
O governante realçou que o centro contribuirá para proteger a democracia, a dignidade humana e a qualidade do espaço público, sem nunca condicionar o direito fundamental à livre expressão.
Redação Tiver