O ministro da Indústria, Comércio e Energia sublinhou hoje que Cabo Verde tem vindo a implementar uma “estratégia ambiciosa” para a transição energética, com “metas claras” para a crescente integração de energias renováveis, a eletrificação e a mobilidade.
Alexandre Monteiro falava na abertura do fórum “Cabo Verde Green Economy Summit 2025”, na cidade de Santas Maria, sob o tema “Huawei Digital Power Solutions para a Indústria Hoteleira”, destacando como a tecnologia e a inovação podem reduzir a dependência de combustíveis fósseis e optimizar o consumo energético no sector hoteleiro.
O evento que reúne líderes, especialistas e inovadores para debater o futuro sustentável do país, visa impulsionar a transição energética e fortalecer práticas sustentáveis.
Conforme o ministro, Cabo Verde enfrenta desafios como qualquer nação em desenvolvimento, mas o que realmente o distingue é a forma como os supera.
“A limitação de recursos naturais, por exemplo, motiva-nos a apostar nas energias renováveis e a promover um crescimento económico sustentável, por isso toda a política energética do país está orientada para a redução da dependência de combustíveis fósseis através de uma forte aposta nas energias renováveis”, frisou.
Destacou a localização, o clima e a natureza, aliados à estabilidade política, que fazem de Cabo Verde um destino atrativo para o desenvolvimento da economia verde.
Para a tutela da pasta das Energias, o aproveitamento desse potencial requer “acções ousadas e transformadoras”, combinando políticas públicas intersectoriais, infraestruturas, inovação tecnológica e parcerias nacionais e internacionais.
No sector energético, assinalou Alexandre Monteiro, o Governo está a implementar o Programa Nacional de Sustentabilidade Energética, que aborda a transição energética de forma holística (…), e abrange o desenvolvimento das energias renováveis, a promoção da eficiência energética e a reforma do mercado energético, entre outros.
Conforme a mesma fonte, Cabo Verde estabeleceu “metas ambiciosas” de ultrapassar 50% de eletricidade gerada por fontes renováveis até 2030, com uma meta intermédia de 30% já em 2026, almejando “quase 100% até 2040”.
Quanto à mobilidade elétrica, Alexandre Monteiro afirmou que a pretensão é que até 2050 todos os veículos sejam movidos a motor elétrico.
Neste sentido, para alcançar esses objetivos, continuou a mesma fonte, estão a utilizar “instrumentos importantes” como o Plano Diretor do Sector Eléctrico, a Carta de Política para a Mobilidade Elétrica e o Roteiro para o Desenvolvimento de Redes Inteligentes.
Na ilha do Sal, continuou o ministro, além do desafio da mudança da matriz energética, há também o desafio de adaptação ao “forte crescimento” da demanda de energia.
A título de exemplo, frisou que antes da covid-19, o consumo mais elevado registado na ilha foi em 2019, com cerca de 92 gigawatts (gw) de consumo por ano, estando a ilha atualmente em um nível de consumo de cerca de 120 gw.
Alexandre Monteiro, entretanto, concluiu que estão reunidas as condições na ilha do Sal para que a penetração de energia renovável ultrapasse os 40%, graças à recente entrada em operação de um parque solar de cinco megawatts (mw) e a instalação atualmente em curso de uma bateria de seis mw.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver