CV PRECISA DE ALIADOS PARA ACELERAR TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

O ministro da Indústria, Comércio e Energia, afirmou hoje que Cabo Verde precisa de soluções e de parceiros comprometidos para acelerar a sua transição energética. Alexandre Monteiro, sublinhou que neste sector o país tem grandes desafios e potencial.

O governante fez estas considerações à margem do XI Simpósio Germano-Cabo-Verdiano de Energia, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA), na cidade da Praia, sublinhando que a missão alemã oferece esse ambiente de parcerias importantes para alinhar interesses, identificar projectos e realizar negócios.

Alexandre Monteiro destacou que aumentar a capacidade de produção, de armazenagem e modernização das redes de energia face à intermitência das fontes renováveis, são um conjunto de desafios e necessidades no sector da energia em Cabo Verde.

Advertiu, contudo, que esses desafios representam também oportunidades de negócio e de investimentos.

Na abertura deste simpósio, que assinala 11 anos de fomento de parcerias entre a Alemanha e Cabo Verde para o sector da energia, o ministro agradeceu o “trabalho consistente” da Câmara de Comércio Luso-Alemã, que há mais de uma década contribui para o fomento de parcerias entre os dois países.

Afirmou que o sector energético é estratégico para o desenvolvimento sustentável, sobretudo para um país insular que ainda depende “muito” dos combustíveis fósseis.

“Essa dependência expõe-nos às oscilações no mercado internacional, agravando a nossa vulnerabilidade estrutural como país insular,” vincou o governante, defendendo que acelerar a transição energética é uma necessidade económica e social, para além de uma ambição ambiental.

Garantiu que o Governo tem uma visão clara para a transição energética, com foco na criação de condições para integrar de forma progressiva as energias renováveis no Sistema Eléctrico Nacional.

Alexandre Monteiro lembrou que Cabo Verde tem um enorme potencial, sobretudo em solar e eólica, e que o Governo está a trabalhar para ultrapassar 50 por cento (%) da produção renovável até 2030, e 35% já em 2026.

O ministro destaca a importância de soluções energéticas descentralizadas como micro-redes, micro-autoprodução e as comunidades energéticas para um futuro sistema eléctrico mais resiliente e economicamente vantajoso.

Em relação às microredes, disse que o país tem utilizado este sistema para fornecer acesso à electricidade em localidades isoladas.

Quanto à massificação de micro-autoprodução, realçou que nos últimos anos tem sido uma realidade, com resultado em cerca de 30 megawatts de capacidade instalada, representando uma poupança estimada de mais de 5 mil toneladas de combustíveis importados.

No que se refere às comunidades energéticas, assegurou que Cabo Verde está a iniciar a sua formulação de regulamentação e espera que este simpósio ajude o país a impulsionar esta iniciativa.

Fonte: Inforpress // Redação Tiver

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