O consultor do Ministério das Comunidades manifestou “profunda preocupação” com a situação de crianças e jovens cabo-verdianos na diáspora que estão fora do sistema educativo. Miguel Sousa alertou que essa exclusão compromete o futuro da diáspora e o desenvolvimento de Cabo Verde.
Em entrevista à Inforpress, Miguel Sousa, que é consultor do Ministério das Comunidades, disse que há comunidades cabo-verdianas na diáspora onde muitas crianças não frequentam a escola por falta de cobertura do sistema educativo local, sobretudo nas periferias onde vivem os imigrantes.
O especialista observou que os imigrantes vivem, em geral, nas periferias das sociedades de acolhimento e advertiu que, quando o sistema educativo não chega a essas zonas, também não alcança as comunidades cabo-verdianas, considerando ainda preocupante que, em pleno século XXI, existam jovens que possam “nascer e morrer analfabetos”.
“Já visitei comunidades cabo-verdianas onde as crianças estão totalmente fora do sistema educativo. Sem acesso à escola, o futuro dessas crianças fica comprometido. Estamos a gerar novas gerações sem cuidar da sua educação, e Cabo Verde não pode ignorar esta realidade”, sublinhou, preferindo não citar exemplos para não “comprometer situações concretas”.
Miguel Sousa defendeu que Cabo Verde deve assumir esta questão como uma prioridade diplomática e educativa, propondo o reforço das relações bilaterais com os países de acolhimento para encontrar soluções conjuntas.
O mesmo sublinhou que o Estado deve agir e criar mecanismos que assegurem esse direito básico, Entre as medidas propostas, o consultor destaca a criação de “Escolas Cabo-verdianas” em países africanos com uma forte presença de emigrantes, um modelo já adotado por nações como França, Espanha, Itália ou Israel.
Fonte: Inforpress // Redação Tiver