EXÉRCITO ISRAELITA DISPARA SOBRE COMITIVA DE DIPLOMATAS EUROPEUS

Soldados israelitas abriram fogo contra uma delegação diplomática de cerca de 25 embaixadores e representantes árabes e europeus, durante uma visita oficial ao campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia, informaram fontes locais.

A delegação, que se encontrava numa visita de campo para observar a situação humanitária na zona, foi atacada sem ferimentos, o que provocou uma onda de condenação nos círculos diplomáticos.

Segundo a agência noticiosa palestiniana Wafa, a delegação estava acompanhada por jornalistas junto ao portão de ferro colocado pelo exército israelita na entrada oriental do campo quando foi atacada.

Segundo a Wafa, a delegação incluía embaixadores do Egito, Jordânia, Marrocos, União Europeia, Portugal, China, Áustria, Brasil, Bulgária, Turquia, Espanha, Lituânia, Polónia, Rússia, Turquia, Japão, Roménia, México, Sri Lanka, Canadá, Índia, Chile, França, Grã-Bretanha e vários representantes de outros países.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano condenou o ataque israelita, afirmando que se trata de uma grave violação das regras diplomáticas mais básicas estipuladas na Convenção de Viena de 1961, que prevê a proteção das missões e delegações diplomáticas.

As autoridades palestinianas publicaram um vídeo na plataforma “X” no qual se ouvem sons de tiros no posto de controlo, descrevendo-o como uma tentativa de intimidação.O exército israelita acabou por emitir um comunicado afirmando que a delegação diplomática chegou a uma zona restrita no campo de Jenin e ultrapassou o percurso previamente acordado, que foi determinado devido à sua presença numa zona de combate ativa.

O comunicado afirma que os soldados que se encontravam na zona “não tinham conhecimento da presença de uma missão diplomática nas proximidades e, por conseguinte, dispararam para o ar, e não diretamente contra eles, a fim de os afastar. Não houve danos ou feridos”.

Depois de os soldados terem descoberto a presença da missão, o comandante da Divisão da Cisjordânia, Brigadeiro-General Yaki Dolph, abriu um inquérito sobre o incidente. O Comandante da Administração Civil, Brigadeiro-General Hisham Ibrahim, está a explicar o assunto aos embaixadores e a informá-los dos resultados preliminares do inquérito.

O comunicado prossegue: “Pedimos desculpa pelo incómodo causado por este incidente.”

A Itália exigiu esclarecimentos sobre as circunstâncias em que a delegação foi alvejada durante a sua visita a Jenin, salientando que “ameaçar diplomatas é inaceitável”.

O Ministério dos Negócios dos Negócios Estrangeiros Português também condena “liminarmente” o ataque. Numa publicação na rede X, Paulo Rangel “transmitiu toda a solidariedade ao Embaixador português que integrava a comitiva e tomará as medidas diplomáticas adequadas”.

Fonte: Euronews

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