O director-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) considerou que Cabo Verde deve focar na nova geração para criar novos consumidores e aliar a economia azul a outras estratégias para crescer. Qu Dongyu falava durante o diálogo sobre economia azul, no Centro Oceanográfico do Mindelo, depois de conhecer as políticas e estratégias de Cabo Verde sobre a área apresentadas pelo director Nacional das Pescas e Aquacultura, Carlos Monteiro, pelo presidente do Instituto do Mar, Albertino Martins, e o desenvolvimento do projecto Nortuna, pelo promotor Luís Rodrigues.
Para o director-geral da FAO, as ilhas têm muitas potencialidades, mas também muitos desafios para ultrapassar. Qu Dongyu disse ter observado que o cabo-verdiano é um povo “resiliente, teimoso, persistente e determinado”, algo que classificou como um “ponto positivo” tendo em conta que ao longo dos anos o país tenta mudar a “visão tradicional” que se tem da agricultura.
Mas, frisou, é tempo de mudar porque a nova geração é mais exigente e está mais internacionalizada. Pelo que, considerou que Cabo Verde deve pensar sobre o que os jovens estão mais propensos a consumir e focar nisso para criar novos consumidores porque a demanda é que determina as ofertas.
Qu Dongyu também encorajou os ministros do Mar e da Agricultura e Ambiente a convidar cientistas que olhem para o país de formas diferentes, a discutir ideias de desenvolvimento que não seja apenas a área da economia azul. Isto porque, explicou, “a economia azul é importante, mas ela deve ser combinada com outras estratégias e recursos naturais além do mar”.
Entre outros conselhos, o responsável máximo da FAO também instou o ministro do Ambiente a apoiar os agricultores cabo-verdianos com sementes de qualidade, defendendo que desta forma poderão melhorar a produção em mais de 60 a 70 por cento (%). Qu Dongyu assegurou que a FAO está disponível e continuará a ser parceira de Cabo Verde, mas defendeu que o país deve “transformar as suas desvantagens em oportunidades” e apostar em políticas e estratégias a longo prazo de forma a atrair investidores tanto na área de economia azul como em outras áreas de desenvolvimento.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver