FOGO: ÁGUABRAVA ACUSA EDEC DE FALTA DE RESPONSABILIDADE

O conselho de administração da Empresa Intermunicipal de Águas (Águabrava) manifestou, através de um comunicado, o seu desagrado com a justificação da EDEC sobre a crise energética na ilha. De acordo com a mesma fonte, os cortes diários de energia, que continuam a afectar a ilha  e que comprometem particularmente a produção e o fornecimento de água, resultam da avaria de um dos dois maiores grupos eletrogéneos da Central Única da Ilha do Fogo. 

A Águabrava considera “infundada a tentativa de associar a situação a supostas dívidas” da Águabrava à EDEC, classificando tal argumento como “demonstração de incapacidade” para garantir a estabilidade e a segurança do fornecimento de energia em toda a ilha.

O comunicado recorda ainda que esta não é a primeira vez que a ilha do Fogo enfrenta uma crise semelhante, referindo que uma avaria idêntica ocorreu há cerca de um ano e meio.

A empresa critica também a forma como a EDEC comunicou a redução do fornecimento de energia para a produção de água, utilizando as redes sociais, o que considera “uma inovação inqualificável”.

A Águabrava sublinha que “é de longe, o maior cliente” da EDEC nas ilhas do Fogo e da Brava e garante que tem cumprido integralmente os pagamentos referentes ao consumo de energia eléctrica ao longo de 2025, “mesmo diante de eventuais situações de sobrefaturação” e apesar das “relevantes perdas financeiras” decorrentes da gestão de águas de rega e pecuária.

O conselho de administração defende que as dívidas cruzadas entre as duas entidades, Águabrava e EDEC, devem ser tratadas “em fórum próprio” e não através das redes sociais, reafirmando a sua disponibilidade para manter o diálogo institucional e encontrar soluções que garantam o normal funcionamento dos serviços essenciais à população da ilha.

A situação de racionalização do fornecimento de energia eléctrica à ilha do Fogo continua, já que um dos dois grupos de maior potência está avariado.

Um gerador enviado da cidade da Praia no último fim-de-semana teve de regressar à capital do país porque não foi possível o seu desembarque em segurança no porto de Vale dos Cavaleiros, de acordo com uma fonte da Central Única.

O barco que tinha transportado o gerador regressou terça-feira à ilha do Fogo, mas sem o gerador, e não se sabe quando será possível a sua chegada e instalação para minimizar a situação da energia, segundo a mesma fonte.

O problema de cortes de energia tem afectado o normal abastecimento de água, mesmo para o consumo humano, e há localidades do município de Santa Catarina do Fogo que estão há mais de três semanas sem águas nas redes.

Fonte: Inforpress // Redação Tiver

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