GERAÇÃO B-BRIGHT DEFENDE REFORMA DO SISTEMA EDUCATIVO  

A Geração B-Bright defendeu hoje a necessidade de Cabo Verde reformular o sistema educativo, introduzindo disciplina que trabalhe a educação cívica, como forma de fomentar a participação activa dos jovens na democracia.

Esta ideia foi defendida hoje pelo diretor de parcerias institucionais da Geração B-Bright, Tomilson Neves, em declarações à imprensa, no âmbito do Fórum de reflexão sobre “O Estado da Democracia em Cabo Verde”.

Enquanto responsável pela apresentação de dados sobre a evolução da democracia em Cabo Verde, considerou que a actual apatia política entre os jovens é um risco crescente para a democracia cabo-verdiana.

“Os jovens precisam participar mais, isto não sou eu que estou a dizer, são os dados mesmo. Por exemplo, os dados das últimas eleições legislativas de 2021 nos demonstram que houve uma abstenção de 42,5%, a mais alta de sempre, enquanto os de 1991 apontam para uma estrondosa participação dos jovens nas eleições”, indicou.

Sublinhou ainda que somente 63% dos jovens foram às urnas em 2021 para as eleições legislativas, enquanto a participação dos mais velhos foi de 73% a 85%.

“Ou seja, os jovens estão com uma apatia às eleições e normalmente os termos que usam para justificar é que os partidos são todos iguais ou que não vão perder tempo com ida às urnas”, afirmou. 

Daí que considerou ser necessário o país reformular o sistema educativo, apostando na educação cívica, se pretende ter no futuro jovens mais participativos e a fazer menos críticas infundadas, sem bases legais que possam sustentar.

“Precisamos juntos construir aquilo que é o país e a democracia. Para fazermos isso, não há culpados, nem políticos ou não políticos porque no fim das contas somos todos políticos. É unir esforços, trabalhar em conjunto e começar desde agora a mudar”, concluiu.

Por seu lado, o presidente da Geração B-Bright, Rafael Ferreira, explicou que o objectivo deste fórum foi de proporcionar um espaço apropriado para discutir o estado da democracia em Cabo Verde, tendo em conta muito debate que tem havido nas redes sociais acerca deste tema.

“Então, quisemos unir num espaço jovem com convidados que entendem da matéria e que podem partilhar as suas opiniões, sendo que a nossa intenção é esclarecer dúvidas que os jovens e não só têm estado a debater nas redes sociais”, acrescentou.

O Fórum contou com três painéis: “Que democracia queremos ter”, “Que democracia temos”, e “Que democracia tínhamos”, e com participação de oradores como o antigo primeiro-ministro Carlos Veiga, deputados nacionais, Fidel Cardoso, Mircéa Delgado, entre outros convidados.

 Inforpress // Redação Tiver

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