As alterações climáticas vão levar ao desaparecimento, total, dos glaciares. Cerca de 18.600 deles estão localizados em 50 lugares classificados como Património da Humanidade.
Pirenéus, em França e Espanha, Yellowstone, nos EUA, ou o Kilimanjaro, na Tanzânia, entre outros, farão parte do passado em menos de 30 anos, diz a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura que lança um desafio à COP27, que arranca no dia seis no Egito, o de encontrar soluções para que o aumento da temperatura global não exceda os 1,5° Celsius. Valor, aliás, já previsto no Acordo de Paris assinado por mais de uma centena de países mas que está, cada vez mais longe de se cumprir.
“Este relatório é um apelo à ação. Só uma rápida redução dos nossos níveis de emissões de CO2 pode salvar os glaciares e a excecional. A COP27 terá um papel crucial para ajudar a encontrar soluções para esta questão. A UNESCO está determinada em apoiar os Estados na prossecução deste objectivo”. – Audrey Azoulay(Diretora-geral da UNESCO)
Se não se reduzirem as emissões de CO2 para a atmosfera perder-se-ão outros glaciares, entre eles no monte Evereste, Alasca ou os que ainda restam em África, frisa o organismo. Ainda assim, há esperança, mas é preciso reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.
Atualmente, estão a perder-se 58 mil milhões de toneladas de gelo, por ano, o que contribui para a subida do nível das águas. Perdas equivalentes à água consumida, anualmente, por França e Espanha.
O degelo tem consequências graves em todo o mundo. Bruno Oberle, diretor-geral da União Internacional para a Conservação da Natureza, explicava que “quando os glaciares derretem rapidamente, milhões de pessoas enfrentam a escassez de água” mas não só, o risco de haver “catástrofes naturais”, como “inundações”, aumenta. Situações que podem produzir milhões de deslocados.
Oberle acrescentava que este estudo põe em evidência a necessidade de “investir em soluções baseadas na Natureza, que podem ajudar a mitigar as alterações climáticas e permitir que as pessoas se adaptem melhor aos seus impactos”.
Fonte: Euronews