Secretário-geral da ONU alerta para a dependência das energias fósseis e pede uma liderança mais eficaz aos países mais ricos, na semana em que foram atingidos novos recordes de temperatura.
António Guterres deu um grito de alerta: o secretário-geral das Nações Unidas lançou um apelo urgente à ação depois de o mundo ter tido o dia mais quente de que há registo na segunda-feira.
Numa conferência de imprensa, afirmou que os eventos de calor extremo estão a aumentar em escala, intensidade, frequência e duração. Avisa que a Terra está a ficar mais quente e mais perigosa para todos, em todo o lado.
“As temperaturas extremas já não são um fenómeno de um dia, de uma semana ou de um mês. Se há uma coisa que une o nosso mundo dividido, é o facto de estarmos todos a sentir cada vez mais o calor”, disse Guterres.
O líder da ONU pede um esforço internacional conjunto para enfrentar o calor extremo e insta os países a trabalharem para atingir os objetivos globais acordados na COP28. Chama a atenção para os países mais ricos do mundo e insta a que a sua liderança seja essencial para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis.
Guterres disse que os países mais ricos do mundo estão a comprometer o futuro, com uma onda de expansão da atividade das energias fósseis. Disse que o mundo tem de combater o vício no carvão, petróleo e gás: “Ao assinarem esta vaga de novas licenças de petróleo e de gás, estão a assinar o comprometimento do nosso futuro. É essencial a liderança daqueles que possuem as maiores capacidades e competências. Os países devem eliminar progressivamente os combustíveis fósseis – de forma rápida e justa”, disse. “O G20 deve transferir os subsídios aos combustíveis fósseis para as energias renováveis e apoiar os países e comunidades vulneráveis. Os planos nacionais de ação climática devem mostrar como cada país irá contribuir para os objetivos globais acordados na COP28”, acrescentou.
Guterres atribui o calor extremo ao agravamento das desigualdades. Sublinha que têm de ser implementadas medidas para proteger os trabalhadores expostos e as pessoas vulneráveis às alterações climáticas, para refletir a realidade do aumento do calor atual.
Fonte: Euronews