O Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente, registou 114 denúncias de violência sexual contra crianças no primeiro semestre do ano 2024. A informação foi avançada por Zaida Freitas, que indicou também que foram notificadas 253 denúncias de insurgência
Conforme realçou a presidente do ICCA, várias medidas estratégicas têm sido tomadas para trazer face sobretudo a violência sexual a nível nacional.
São exemplo a implementação em curso do Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Sexual para Crianças e Adolescentes, o Plano de Comunicação do Programa de Governo pela Infância e Adolescência e a Estratégia Nacional de Comunicação para Prevenção e Combate à Violência Sexual e a Campanha Proteja Crianças e Adolescentes Livres de Violência Sexual.
Zaida Freitas fez estas afirmações na primeira sessão preparatória nacional para a primeira Conferência Global Ministerial sobre o fim da violência contra a criança, realizado pelo ministério da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, com vista a apurar o diagnóstico nacional sobre a violência contra crianças e adolescentes.
Cabo Verde é um dos Estados Membros que vai participar na Conferência Global Ministerial sobre o fim da violência contra a criança, que decorrerá em Novembro de 2024, em Bogotá (Colômbia).
Nesta sessão preparatória foi socializado pelo ICCA o resultado de uma auscultação com crianças, adolescentes e parceiros sobre a percepção da violência contra crianças em contextos familiares, escolares e comunitários.
Segundo o coordenador do plano nacional de prevenção e combate a violência sexual contra crianças, Nilson Mendes, que apresentou os dados, a maioria dos entrevistados relatou que se sente “feliz e seguro” em casa e na escola, apesar de presenciar tiroteios e ter aulas suspensas devido a brigas nas ruas.
Na comunidade, a sensação de bem-estar é predominante, mas melhorias em infraestrutura, como parques infantis, são necessárias.
As crianças, indicou Nilson Mendes, também vêem a polícia como uma fonte de segurança.
No entanto, muitos já sofreram violência, principalmente física e verbal, com mães frequentemente impostas como responsáveis por regras em casa.
Segundo o coordenador, a pesquisa revela que a maioria dos entrevistados já sofreu algum tipo de violência, com destaque para a violência física e os maus-tratos, incluindo violência verbal.
A incidência de violência sexual foi reportada, mas em menor escala.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver