Cerca de 13,4% das mulheres da ilha do Maio afirmam já ter sido vítimas de violência física e 13,1% de violência emocional, segundo Diagnóstico da Situação de Género que alerta para entraves à participação feminina na sociedade.
O estudo revela que, apesar da elevada proporção de mulheres que reconhecem ter sofrido violência baseada no género (VBG), os casos continuam pouco denunciados.
O reduzido número de queixas nas instituições é explicado pelo tamanho da comunidade, que potencia sentimentos de vergonha e medo, pela dependência económica de muitas vítimas e pelo desconhecimento sobre as diferentes formas de violência.
A análise destaca ainda que persistem vários obstáculos à participação plena das mulheres na vida social e comunitária, nomeadamente papéis de género enraizados, questões sociais e manifestações de machismo ainda presentes na ilha.
Segundo o documento, a ilha do Maio mantém traços de uma cultura patriarcal, onde o homem é visto como chefe-de-família e a mulher como figura dependente e vulnerável.
O diagnóstico aponta igualmente preocupações relacionadas com o insucesso escolar entre os rapazes, que atinge uma taxa de reprovação de 76%, acima da média nacional, e com o consumo de álcool e outras drogas, que afecta sobretudo a população masculina.
O Plano Municipal para a Igualdade de Género (2024-2027), elaborado pela Câmara Municipal do Maio, em parceria com o Programa Maio 2025, está assente nos eixos da educação e cidadania, saúde e combate à VBG.
Redação Tiver