Israel prosseguiu na quinta-feira com a sua nova ofensiva militar em Gaza, apesar das crescentes críticas internacionais. As autoridades sanitárias de Gaza, bem como o pessoal hospitalar, afirmam que foram lançados ataques aéreos em todo o enclave, matando pelo menos 107 palestinianos e ferindo cerca de 250.
Grandes nuvens de fumo foram vistas a subir nas regiões orientais da cidade de Gaza – situada no norte da Faixa – à medida que os bombardeamentos prosseguiam. Um hospital no norte da Faixa de Gaza também foi fortemente atingido, de acordo com funcionários do hospital.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram tanques e drones israelitas a atacar o hospital de Al-Awda, causando danos consideráveis e incendiando partes do hospital. As imagens divulgadas por um membro do pessoal do hospital mostram paredes derrubadas e fumo negro espesso a subir por cima de uma estrutura reduzida a escombros.
Os militares israelitas afirmaram que as suas forças estavam a operar “adjacentes” ao Hospital Al-Awda e que tinham permitido que os trabalhadores de emergência viessem tentar apagar um incêndio no hospital. Negaram a responsabilidade pelo ataque, afirmando que “as circunstâncias do incêndio ainda estão a ser analisadas”.
Segundo Raafat Ali al-Majdalawi, diretor da Associação Comunitária e de Saúde de Al-Awda, as forças israelitas também atacaram os tanques de água do hospital e incendiaram as clínicas externas.
O hospital de Al-Awda era um dos dois únicos que restavam no norte do enclave. Não se sabe ao certo quantos feridos ou mortos foram atingidos por esses ataques.
Entretanto, Israel também efetuou ataques em várias zonas do sul do Líbano na quinta-feira, algumas longe da fronteira, de acordo com a Agência Nacional de Notícias do Líbano.
A agência descreveu os ataques como “os mais violentos em algumas zonas” desde que um acordo de cessar-fogo pôs fim à última guerra entre Israel e o Hezbollah, em novembro. Os residentes do norte de Israel também relataram ter ouvido fortes explosões vindas do outro lado da fronteira.
O exército israelita emitiu avisos de alerta antes de um ataque que destruiu um edifício na cidade de Toul, que diz serem instalações pertencentes ao Hezbollah.
Os vídeos do rescaldo do ataque mostraram o fogo e uma enorme nuvem de fumo a elevar-se sobre uma área repleta de edifícios de apartamentos de vários andares. Os ataques noutras zonas foram efetuados sem aviso prévio. Não há registo imediato de vítim
Israel tem atacado o Líbano quase todos os dias desde o cessar-fogo. O Líbano afirma que esses ataques constituem uma violação do acordo de tréguas, enquanto Israel diz que tem como alvo o Hezbollah para o impedir de se rearmar.
A vaga de ataques aéreos ocorreu dois dias antes da realização de eleições autárquicas no sul do Líbano.
O primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, afirmou que os ataques não irão “dissuadir o Estado do seu compromisso com o processo eleitoral” e apelou à comunidade internacional para que exerça mais pressão sobre Israel no sentido de pôr termo aos ataques transfronteiriços e às violações do cessar-fogo.
Fonte: Euronews