MÉXICO ABRE INVESTIGAÇÃO SOBRE O INCÊNDIO QUE MATOU 39 MIGRANTES 

México abriu uma investigação de homicídio sobre as mortes de 39 migrantes num incêndio num centro de detenção em Ciudad Juarez, na fronteira com os Estados Unidos

O incêndio deflagrou na terça-feira perante o olhar passivo de numerosos funcionários. Segundo a Procuradora dos Direitos Humanos, Sara Irene Herrerías Guerra, as autoridades mexicanas estão a interrogar oito suspeitos.

A procuradora disse, em conferência de imprensa: “Nenhum dos funcionários, nem qualquer agente de segurança privada tomou qualquer medida para abrir a porta aos migrantes que se encontravam no interior, enquanto havia um incêndio”. 

A secretária da Segurança, Rosa Icela Velázquez, referiu que estão a ser ouvidos: “Dois oficiais federais, um oficial de migração estatal, assim como cinco membros da empresa de segurança privada”.

Um migrante foi “denunciado” como responsável pelo incêndio, que deixou 39 mortos e 27 feridos, sendo a esmagadora maioria proveniente de países como El Salvador, Guatemala, Honduras ou Venezuela.

O medo espalhou-se entre os membros destas comunidades. Centenas de pessoas chegaram à fronteira na quarta-feira com a intenção de atravessar para os Estados Unidos.

O presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, prometeu que não haveria “impunidade”, apelando a que “aqueles que causaram esta dolorosa tragédia fossem punidos de acordo com a lei”.

As autoridades ainda não deram pormenores sobre a nacionalidade das vítimas, mas a Guatemala disse na terça-feira que 28 dos seus nacionais tinham morrido. El Salvador disse que quatro salvadorenhos ficaram gravemente feridos e apelou a que os responsáveis pela tragédia sejam levados à justiça.

Na quarta-feira, “mais de 1.000 migrantes” entraram ilegalmente nos EUA, disseram os guardas fronteiriços norte-americanos, acrescentando que os deportariam.

Cerca de 200.000 pessoas tentam atravessar a fronteira entre o México e os EUA todos os meses. Os migrantes dizem que querem escapar à pobreza ou à violência nos seus países de origem.

Desde 2014, cerca de 7.700 migrantes morreram ou desapareceram no seu caminho para os EUA, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Fonte: Euronews

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