MOÇAMBICANOS CONVOCADOS PARA SEMANA DE PROTESTOS 

O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou a uma greve geral de uma semana em Moçambique a partir de hoje, manifestações nas sedes distritais da Comissão Nacional de Eleições e marchas para Maputo em 07 de novembro. O protesto recebeu o apoio de cerca de quarenta partidos políticos de oposição.

A que designou como a terceira etapa da contestação aos resultados das eleições gerais de 09 de Outubro anunciados há uma semana pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), segue-se aos protestos realizados nos passados dias 21, 24 e 25 que degeneraram em confrontos com a polícia, de que resultaram pelo menos 10 mortos, dezenas de feridos e 500 detidos, segundo o Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização não-governamental moçambicana que monitoriza os processos eleitorais.

O protesto convocado por Mondlane recebeu o apoio de cerca de quarenta partidos políticos de oposição, sobretudo extraparlamentares, que anunciaram quarta-feira uma “aliança inédita” para contestação dos resultados anunciados pela CNE e prometeram “liderar o povo” nas contestações, considerando que se trata de um direito constitucional.

Também na quarta-feira, o Governo moçambicano avisou que “não quer que se repita” a paralisação quase total registada em três dias da semana passada, prometendo segurança às empresas, perante o apelo a sete dias de greve.

“O nosso apelo é que as empresas se mantenham abertas. O nosso apelo é que os trabalhadores, os funcionários, se dirijam aos locais de trabalho. O Governo vai fazer o seu melhor para garantir a segurança e queremos que o país não tenha paragem, porque isso vai ter grandes efeitos na economia do país”, disse o ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno.

Na segunda-feira, a Polícia da República de Moçambique anunciou que abriu um processo-crime contra Venâncio Mondlane e apoiantes, pela escalada de violência pós-eleitoral no país.

Segundo o ministro do Interior, Pascoal Ronda, Mondlane está a “comandar”, a partir da África do Sul, a “manipulação da opinião pública”, incitando à violência.

Na intervenção feita terça-feira na sua conta oficial na rede social Facebook, Mondlane apelou a manifestações junto das estruturas locais da CNE e sedes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) a partir de hoje, para quem não tem capacidade para se movimentar, pedindo aos restantes, de todo o país, para iniciarem a viagem para Maputo até 07 de novembro.

Fonte: Expresso das ilhas

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