MOÇAMBIQUE: 60% DAS  VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NÃO BUSCAM AJUDA

Cerca de 60% das mulheres que enfrentam violência de género em Moçambique não procuram ajuda, apontando para o medo, falta de informação e a desconfiança como “barreiras reais” que levam à impunidade. Alertou hoje a ONU Mulheres.

O medo, a falta de informação e a desconfiança no sistema judicial são barreiras reais que perpetuam a impunidade”, lê-se numa nota da Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) em Moçambique.

Para aquela agência das Nações Unidas, as vozes das mulheres contam e precisam de ser ouvidas: “Em Moçambique, cerca de 60% das mulheres que enfrentam violência de género não procuram ajuda”.

Para fazer face à problemática, a ONU Mulheres defende a promoção de um diálogo “inclusivo e urgente” com organizações da sociedade civil e agentes internacionais sobre “como tornar o sistema de justiça mais acessível, eficaz e sensível às necessidades das mulheres”.

Na quinta-feira passada, o bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) defendeu mudanças culturais e uma “escuta sensível” no combate à violência baseada no género no país, considerando que o problema exige mais do que leis.

Moçambique registou mais de 9.000 casos de violência baseada no género e 4.812 casos de violência doméstica no primeiro semestre de 2025, contra 4.751 no mesmo período de 2024, refletindo um aumento de 71 casos, segundo dados avançados pela então chefe do Departamento de Atendimento à Família e Menores Vítimas de Violência da Polícia da República de Moçambique (PRM), Ana Langa.

O Governo de Moçambique reconheceu recentemente que o aumento dos casos de violência baseada no género reflete as “barreiras estruturais” que limitam a plena participação das mulheres nos processos de prevenção, mediação e consolidação da paz.

Lusa

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