Vai ser alterado um projecto de requalificação da Cidade Velha, Património Mundial da UNESCO e o primeiro marco europeu em África, depois de descobertas feitas nas últimas semanas por uma missão arqueológica. O espaço faz parte da primeira parte do projecto global de requalificação da Cidade Velha, com apoio do Banco Mundial.
As obras devem arrancar nos próximos meses e a missão arqueológica que decorre até final do mês, juntando o IPC e a Universidade Nova de Lisboa, tem por objectivo antecipar descobertas que possam atrasar a empreitada.
Graças às escavações, a torre sineira deixou de ser o único vestígio à luz do dia pertencente a um espaço monumental edificado no final do século XV e que, ao longo dos séculos, foi abandonado e permanece soterrado.
O trabalho dos arqueólogos acabou por expor um pátio de antigas enfermarias, bem como capelas laterais, onde saltam à vista mosaicos coloridos no rodapé de uma parede, tudo pedaços do antigo complexo da Misericórdia.
Pouco tempo antes da chegada da missão arqueológica, arrancaram, alguns metros ao lado, as obras de um edifício particular, cujas terraplanagens, para assentar fundações, levaram parte dos vestígios do ancestral complexo hospitalar que estariam enterrados.
A construção privada seria apenas mais uma, alinhada com outras, numa malha urbana em crescimento para satisfazer anseios da população, com a qual há que dialogar, aponta a directora do IPC.
A ideia é mostrar que os vestígios arqueológicos não são um entrave à prosperidade de quem ali vive, pelo contrário, podem ser uma mais-valia para reter turistas e fazer crescer negócios.
Fonte:Expresso das Ilhas// Ad: Redação Tiver