O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, foi confrontado esta quinta-feira, com apelos da oposição à sua demissão. Comissão parlamentar concluiu que o chefe de Estado pode ter violado leis anticorrupção.
Os apelos seguem-se a alegações do antigo chefe dos serviços secretos sul-africanos Arthur Fraser de que Ramaphosa terá tentado esconder o roubo de uma elevada quantia de dinheiro encontrada dissimulada nos estofos dos sofás na sua quinta Phala Phala, em 2020. Fraser acusou o Presidente de lavagem de dinheiro e violação de leis de controlo de moeda estrangeira.
No seu relatório, divulgado na quarta-feira, a comissão parlamentar levantou questões sobre a origem do dinheiro e porque foi escondido das autoridades financeiras, apontando ainda um potencial conflito entre os negócios do Presidente e os interesses do Estado.
Ramaphosa negou qualquer conduta desviante, insistindo que o dinheiro tinha origem na venda de animais da sua quinta, mas os partidos da oposição e opositores internos de Ramaphosa no partido Congresso Nacional Africano, pediram a sua demissão.
O comité executivo do ANC, o órgão de decisão mais elevado no partido, deve reunir-se hoje ao final do dia para se inteirar do processo e eventualmente decidir o futuro de Ramaphosa, que ambiciona a reeleição na liderança do partido no congresso marcado para breve e que lhe permitiria recandidatar-se à presidência da África do Sul em 2024.
Os deputados devem debater o relatório da comissão parlamentar na terça-feira (06.12), e votar as eventuais medidas a tomar, incluindo se o processo de impugnação ao Presidente deve avançar. Os deputados do ANC estão em maioria no parlamento e podem rejeitar tentativas de fazer cair o seu líder. “O Presidente está a analisar o relatório e uma comunicação será feita em breve”, disse o gabinete de Ramaphosa, citado pela AP.
Fonte: DW