Especialistas da Interpol e da Polícia Judiciária (PJ), defenderam hoje na cidade da Praia o reforço da cooperação técnica e do controlo fronteiriço para travar o tráfico de armas e a proliferação de armamento artesanal. A posição foi manifestada no arranque da formação nacional que decorre em parceria com o Gabinete da Interpol de Cabo.
Momentos antes da cerimónia de abertura, o coordenador de Programas de Armas de Fogo e Tráfico de Armas da Interpol, Joaquim Rodrigues, reforçou que o combate a este tipo de criminalidade é, por natureza, transnacional, exigindo que os países estejam “devidamente preparados, com ferramentas adequadas e capacidade para as utilizar”.
Segundo explicou, a Interpol tem desenvolvido instrumentos e metodologias específicas para rastreamento, identificação e controlo da circulação de armas, sobretudo ilícitas, reforçando também as competências nacionais no controlo interno e nos sistemas de registo.
Contudo, alertou para desafios emergentes, como as armas artesanais, armas impressas em 3D e armas montadas a partir de componentes dispersos, que “fogem aos mecanismos tradicionais de controle e exigem novas soluções tecnológicas”.
Também o director do Centro de Formação da Polícia Judiciária (CFPJ), Agostinho Semedo, sublinhou a pertinência da formação, lembrando que grande parte dos crimes violentos no país, nomeadamente homicídios, têm sido cometidos com recurso a armas artesanais, conhecidas como “Boca Bedjo”, facilmente produzidas em pequenas oficinas.
Fonte: Inforpress // Redação Tiver