Com menos de 0,003% das emissões globais, Cabo Verde enfrenta impactos desproporcionais da crise climática, com escassos recursos para responder e reconstruir. José Maria Neves chama-se a atenção para a urgência de financiamento climático adicional, previsível e direcionado à adaptação, especialmente em áreas como as energias renováveis, a proteção costeira, a gestão da água e a sustentabilidade dos oceanos.
Cabo Verde apoia, por isso, a Agenda de Antígua e Barbuda para os SIDS (ABAS), que oferece um roteiro concreto e ambicioso. A sua implementação, contudo, exige financiamento adequado e urgente. Os compromissos assumidos precisam de ser acompanhados por instrumentos eficazes e acessíveis desde fundos azuis e verdes, à troca de dívida por investimentos sustentáveis, e ao reforço do apoio técnico aos países mais vulneráveis. O Índice de Vulnerabilidade Multidimensional é essencial para que a arquitetura financeira internacional seja mais sensível, mais justa e mais adaptada.
José Maria Neves chama atenção para uma representação mais equitativa dos SIDS nas instâncias de decisão económica e financeira globais. A presença efetiva dos nossos países nos conselhos executivos e instâncias técnicas das instituições multilaterais é fundamental para que a arquitetura seja verdadeiramente inclusiva e orientada para o desenvolvimento.
É igualmente urgente intensificar a mobilização de recursos internos, com sistemas fiscais modernos, progressivos e digitalizados, acompanhados de apoio ao setor privado, às PMEs e à juventude empreendedora.
Cabo Verde está pronto para assumir esse compromisso, com voz firme e contributo construtivo. Para finalizar o mais alto magistrado da nação afirma que sem justiça fiscal, não há equidade global. Sem financiamento justo, não há transformação real e sem inclusão, o desenvolvimento será sempre incompleto.
Fonte: PR // Redação Tiver