43,9% dos agregados familiares no país enfrentaram situações de escassez de água nos 12 meses que antecederam a realização do Inquérito Multi-Objectivo Contínuo 2024. Nas zonas rurais, 52,3% das famílias relataram insuficiência do líquido para satisfazer as suas necessidades, segundo dados divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística.
De acordo com os dados, os agregados representados por mulheres foram os mais afectados: 46,6% enfrentaram falta de água, face a 41,0% dos liderados por homens.
Por concelhos, essas percentagens foram maiores no Maio (75,0%), São Lourenço dos Órgãos (65,8%) e Santa Cruz (65,6%). Em contrapartida, os concelhos de Tarrafal de São Nicolau (10,9%), São Filipe (11,8%) e Ribeira Brava (15,8%) apresentaram as menores proporções de famílias afectadas.
Segundo o INE, a maioria dos agregados (81,4%) possui tanque, reservatório ou bidão para armazenar água, enquanto apenas 10,0% têm cisternas para captar água da chuva.
No que toca ao pagamento da água da rede pública, 89% das famílias com ligação à rede afirmaram que a cobrança é feita por leitura do contador. No entanto, 5% disseram não pagar pelo consumo.
A factura média mensal a nível nacional foi de 1.563 escudos, sendo mais elevada nas zonas urbanas (1.610$00) do que nas rurais (1.367$00). A cidade da Praia lidera como o concelho com maior custo médio mensal (2.159$00), enquanto o Paul registou o menor valor (654$00).
Conforme a mesma fonte, os agregados com representantes do sexo masculino pagaram, em média, mais pela factura (1.682$00) do que os agregados chefiados por mulheres (1.462$00).
Por fim, 72% dos agregados que consomem principalmente água engarrafada ou filtrada por empresas afirmaram fazê-lo por considerarem-na mais saudável. Outros 26% justificaram a escolha por não gostarem das características da água da rede pública.
O gasto médio semanal com este tipo de água foi de 671 escudos, sendo mais elevado nas zonas rurais (732$00) e nos agregados representados por homens (732$00), face aos 653 escudos gastos pelas famílias chefiadas por mulheres.
Fonte: Expresso das ilhas // Ad: Redação Tiver